A Direção-Geral de Saúde (DGS) admitiu, esta quinta-feira, acabar com o isolamento para casos assintomáticos de Covid-19.

Questionada sobre a possibilidade de se acabar com os isolamentos, durante uma entrevista à CNN, Graça Freitas respondeu: “Para os casos. Para os doentes, não. Os doentes continuam a ter direito ao seu isolamento, estão no auge da transmissibilidade”.

No que diz respeito a pessoas com sintomas, a diretora da DGS admite “uma redução dos dias de isolamento” e ainda “outras medidas para os contactos” próximos de infetados. “Tudo isto é condicionado pelos próximos dias”, sublinhou.

Graça Freitas admitiu também um cenário em que as máscaras passem a ser usadas apenas em épocas de maior risco: “Se houver um alívio da epidemia, nós podemos reservar, por exemplo, o uso das máscaras para uma altura em que estivermos outra vez a subir na sazonalidade.”

Esta não é, no entanto, uma matéria fechada. “São assuntos que estão a ser neste momento discutidos na comunidade cientifica”, ressalvou a diretora da DGS, alertando para a importância de não se abandonarem “de repente” todas as medidas para reduzir a transmissibilidade da Covid-19.

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Nesta entrevista à CNN, Graça Freitas falou também sobre uma provável mudança de estratégia vacinal, indicando que “se tudo correr bem”, Portugal vai adotar “uma estratégia de vacinação seletiva, provavelmente sazonal, de grupos de risco”.

“Vai deixar de fazer sentido dizermos que é a quarta ou quinta dose. Eu, por exemplo, vacino-me contra a gripe há muitos anos e não faço ideia se vou na nona, na sétima [dose]. Sei que chega ao início do outono/inverno e me devo vacinar porque pertenço a um grupo de risco que beneficia com a vacinação”, comentou.

A diretora da DGS lembrou também que há agora medicamentos para minimizar o impacto da Covid-19, cujo uso deverá passar a ser mais frequente. “Estão a desenvolver-se duas grandes famílias de medicamentos: os anticorpos monoclonais, para situações mais graves, e os antivirais, que poderão ser dados em ambulatório, desde que os doentes sejam encontrados em tempo útil e tenham critérios para fazer essa medicação”, explicou.