Melinda Gates, que se divorciou no ano passado de Bill Gates, decidiu quarta-feira deixar de doar a maior parte da sua fortuna para a Fundação Gates, distribuindo-a por mais organizações, segundo o jornal “The Wall Street Journal”.

O jornal norte-americano, que cita fontes junto do processo, destaca que a ex-executiva da Microsoft oficializou essa alteração na distribuição do seu património no final do ano passado, quando publicou a sua primeira carta independente no Giving Pledge, um projeto que incentiva os bilionários a partilhar.

Numa carta publicada na quarta-feira no Giving Pledge, Melinda French Gates adianta estar “a reafirmar” a ideia com a qual criou o projeto em 2010 junto com Bill Gates e o guru de investimentos Warren Buffett, e diz ter o mesmo desejo de se livrar “da maioria de recursos” que acumula na vida, mas recusa-se a permitir que sejam “concentrados” num único lugar.

Reconheço o absurdo de tanta riqueza estar concentrada nas mãos de uma só pessoa e acredito que a única coisa responsável a se fazer com uma fortuna deste tamanho é doá-la”, assinala a engenheira informática, que ressalta a importância de fazê-lo com “cuidado” e que gera “impacto”.

Melinda Gates salienta que nunca imaginou um dia poder doar “milhares de milhões” de dólares e, embora não especifique entre quais outras organizações distribuirá o dinheiro, lembra que em 2015 criou a empresa Pivotal Ventures com o objetivo de contribuir para a “sociedade do progresso” nos Estados Unidos.

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Da mesma forma, enfatiza que não é um “ato particularmente nobre” desembolsar dinheiro que “a família nunca precisará”, para o qual promete “fazer mais do que cheques”.

“Dedicarei o meu tempo, energia e esforços a trabalhar para combater a pobreza e melhorar a igualdade”, sustenta.

A Fundação Gates é uma das principais instituições de caridade do mundo e o seu fundo chega a 50 mil milhões de dólares (cerca de 44 mil milhões de euros). O casal ainda continua a liderar a fundação, mas Melinda Gates prometeu renunciar em 2023, se um dos dois decidir que não pode continuar a trabalhar em conjunto.