Paulo Rangel, eurodeputado pelo PSD, rejeita que “se inicia agora a época das trevas” no partido. “Tenho absoluta confiança que o PSD tem futuro e futuro radioso”, escreveu num artigo de opinião no Público. Mas defende que deve haver um período de reflexão e que o partido se deve renovar e encontrar o seu caminho no atual Governo de maioria do PS, incluindo com a defesa dos debates quinzenais.

Defendendo um período de discussão sobre o que deve ser o partido no futuro e que mudanças deve encetar, Paulo Rangel não tem pressa de ver o partido avançar para as diretas e substituir Rui Rio, muito menos antes de se repensar o futuro do PSD.

Tal como explicava o Observador na segunda-feira, Rangel não terá nada fechado na sua cabeça, até porque acredita que ainda não é o tempo de tomar decisões definitivas. O eurodeputado sofreu uma derrota traumática nas últimas diretas e afastou-se da vida interna do partido. Tem a vantagem de ter dito claramente que ia acontecer o que aconteceu– uma derrota em toda a linha de Rui Rio – e a desvantagem de ter queimado uma oportunidade de ouro.

O aparelho que esteve com ele deixou-o cair com a mesma velocidade que o levantou em ombros e hoje, com a perspetiva de haver quatro anos de oposição pela frente, há protagonistas de outras gerações com vontade de ter uma palavra a dizer. Rangel vai ponderar tudo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No artigo de opinião no Público, o eurodeputado deixa pistas sobre o que gostaria de ver o partido fazer, a começar por deixar de parte a ideia de que o PSD enfrenta “uma crise existencial” e de que deveria “repensar a sua identidade e posicionamento político”.

O PSD sempre foi um partido capaz de agregar o espaço que vai do centro-esquerda até à direita moderada. Não se deve, pois, ter medo das palavras: o PSD é um partido de centro-direita, que junta correntes provindas de uma inspiração plural (sociais-democratas, liberais, democratas-cristãos e conservadores.”

Um dos primeiros desafios do partido, defende Rangel, “é liderar a oposição de um modo visível, afirmativo, construtivo”, uma tarefa que vê como “muitíssimo exigente”. Rangel acrescenta que o PSD deve “apostar na reintrodução dos debates quinzenais”, na renovação do partido e na comunicação.

Montenegro e Pinto Luz medem forças para o pós-Rio