Elena Narozanski, conselheira para a igualdade e extremismo do governo britânico, abandonou esta sexta-feira as suas funções, na sequência do caso das festas em Downing Street, avança a SkyNews. 

A conselheira de Boris Johnson junta-se aos outros quatro assessores que na quinta-feira apresentaram a sua demissão — Jack Doyle, Munira Dan Rosenfield e Martin Reynolds.

Depois do diretor de comunicação do governo, Jack Doyle, e da conselheira, Munira Mirza, terem pedido a demissão, o chefe de gabinete, Dan Rosenfield, e o secretário particular do primeiro-ministro, Martin Reynolds, também abandonaram as suas funções.

No caso de Rosenfield e Reynolds, o porta-voz do governo disse que Boris Johnson aceitou as renúncias, acrescentando que vão continuar nos seus cargos até serem encontrados substitutos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo informações divulgadas nas últimas semanas, Rosenfield e Reynolds estiveram envolvidos nas festas organizadas em Downing Street em violação das restrições implementadas devido à pandemia, 12 das quais estão agora a ser investigadas pela Polícia.

Boris Johnson terá participado em festa durante terceiro confinamento em janeiro

Reynolds teria convidado 100 pessoas para uma festa em 20 de maio de 2020, pedindo que levassem álcool para “aproveitar o bom tempo”. Johnson admitiu que participou do evento, embora diga que pensou que era “para trabalho”.

A notícia da demissão de Jack Doyle foi adiantada pelo jornal The Daily Mail, onde havia trabalhado, que apontou que a sua demissão não está relacionada com a de Mirza, muito mais dura e politicamente significativa para o primeiro-ministro.

De acordo com o jornal, o diretor de comunicação demissionário, também implicado no escândalo partidário, explicou aos colegas que sempre pretendeu trabalhar “apenas dois anos” no governo, onde entrou em 2020, e reconheceu que as últimas semanas de críticas “tiveram a sua fatura” na sua vida familiar.

Mirza, que acompanhava o presidente do Partido Conservador desde o seu tempo como presidente da câmara de Londres, renunciou devido a acusações infundadas que Johnson fez ao líder da oposição, Keir Starmer, sobre a sua alegada inércia, quando era diretor do Ministério Público, num claro caso de abuso sexual protagonizado pelo já falecido apresentador de televisão Jimmy Savile.

Na carta de demissão, a conselheira diz a Boris Johnson que acredita que ele estava “errado ao sugerir que Starmer era responsável por permitir que Jimmy Savile escapasse à justiça” e lamenta que não se tenha retratado e desculpado.

Munira Mirza foi considerada uma das pessoas mais próximas do primeiro-ministro, cuja demissão continua a ser exigida pela oposição e dentro do seu próprio partido.

(notícia atualizada às 11h00 do dia 4 de fevereiro com a demissão de Elena Narozanski)