A procura de cursos de formação e educação de adultos diminuiu na última década, mas, pela primeira vez, em 2020 mais de metade dos homens tinha pelo menos o ensino secundário, divulgou esta quinta-feira o Conselho Nacional de Educação (CNE).

A qualificação da população ativa tem vindo a aumentar nos últimos anos, revela o relatório Estado da Educação 2020, divulgado pelo CNE e que regista que há cada vez menos pessoas a viver em Portugal sem nível de escolaridade ou com qualificações até ao 3.º ciclo, tendo também aumentou “ligeiramente a população com pelo menos o ensino secundário“.

O relatório sublinha que a qualificação da população ativa residente em Portugal manteve em 2020 a tendência de melhoria que vinha a registar-se nos últimos anos e que aumentou o número de pessoas entre os 25 e os 64 anos que completou pelo menos o ensino secundário.

“Em 2020, pela primeira vez no período analisado, mais de metade dos homens (51,7%) completou, pelo menos, o ensino secundário. A proporção de mulheres foi de 58,8%”, refere o relatório,

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No entanto, o país apresentava ainda uma taxa de 45% da população adulta com qualificações abaixo do ensino secundário, colocando Portugal a uma distância de 24 pontos percentuais da média da OCDE e de 27 pontos percentuais da média da UE22.

A procura de formação de adultos também diminuiu entre 2011 e 2022. Na última década, as pessoas inscritas em ofertas formativas de nível básico diminuíram cerca de 81%, representando menos cerca de 85 mil alunos inscritos.

Esta tendência também se registou no ensino secundário, onde se verificou uma quebra de 77% do número de adultos inscritos na última década, o que equivale a menos 73.976 alunos.

Olhando para os gráficos ao longo dos anos, verifica-se que em todos os níveis de ensino houve um aumento de procura de formação entre 2015 e 2017/2018, ano a partir do qual as inscrições voltaram a decrescer.

As ofertas formativas com mais adultos inscritos em 2019/2020 foram os cursos de educação e formação de adultos e os processos de reconhecimento, validação e certificação de competências.

No ensino superior, em 2020 a proporção de indivíduos entre os 25 e os 64 anos com o ensino superior situava-se nos 28%, enquanto as médias da UE22 e da OCDE se situam nos 37% e 39%, respetivamente.

O relatório esta quinta-feira divulgado analisa ainda os equipamentos nas escolas, como computadores, apontando para um aumento: Em 2019/2020, existiam mais 9% de equipamentos do que em 2017/2018, devido ao acréscimo que ocorreu no ensino público e no ensino privado. No entanto, o estudo esta quinta-feira divulgado não apresenta os números mais recentes de distribuição de equipamentos por alunos e docentes que decorreu durante a pandemia.

O Estado da Educação 2020 dedica ainda um capítulo à equidade e aos efeitos da pandemia de Covid-19 nas escolas.