A desconstrução dos 13 andares do prédio Coutinho, em Viana do Castelo, foi quinta-feira retomada depois de uma paragem de perto de um mês, informou quinta-feira a VianaPolis.

Em comunicado enviado às redações, a sociedade adiantou estarem concluídas as ações para garantir as condições de segurança da desconstrução dos blocos nascente e poente, os mais altos do edifício.

A VianaPolis enumera a criação de uma plataforma de inertes para permitir que o braço de 40 metros da máquina giratória alcance o topo dos 13 andares dos dois blocos principais do edifício.

Aquela plataforma constituída pelos escombros do bloco mais pequeno, situado nas traseiras do prédio, já desconstruído, foi reforçada com mais inertes, que a empresa responsável pela obra teve de trazer do exterior.

“Foi ainda considerado necessário montar um andaime junto à vedação lateral, o mais próximo das edificações adjacentes, para acautelar qualquer eventual projeção”, especifica a nota.

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Na semana passada, à agência Lusa, o vogal executivo do conselho de administração da VianaPolis, Tiago Delgado, explicou que a desconstrução do edifício de maiores dimensões estava inicialmente prevista para janeiro, mas os casos de Covid-19 detetados nos trabalhadores e as dificuldades de instalação do andaime e do aumento do aterro” impediram o arranque da operação.

Adiada discussão de utilidade pública de desconstrução do prédio Coutinho em Viana

“O atraso na obra é de quase um mês, que esperamos recuperar logo que os trabalhos entrem em velocidade cruzeiro. São situações que não são contornáveis e que esperamos que não venham a afetar a conclusão dos trabalhos”, explicou, na altura.

A desconstrução, iniciada em dezembro, está orçada em cerca de 1,2 milhões de euros e tem prazo de conclusão para o próximo mês de março.

“Quando a empreitada atingir um nível mais próximo da do solo, vai ser possível intensificar os equipamentos e reforçar a atividade no sentido de recuperar o prazo”, afirmou na ocasião Tiago Delgado.

Adiantou que “qualquer adiamento do prazo de conclusão da desconstrução não será complicado de resolver para reduzir a “perturbação” na envolvente.

“Podem ser retirados os tapumes para uma zona mais próxima do prédio, permitindo minimizar o impacto da obra na mobilidade naquela zona da cidade“, especificou.

Conhecido localmente como prédio Coutinho, o edifício Jardim foi construído no início da década de 70 do século passado. Tem a sua desconstrução prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis.

O projeto, iniciado quando António Guterres era primeiro-ministro e José Sócrates ministro do Ambiente, prevê para o local a construção do novo mercado municipal.

Inicialmente, o projeto da sociedade VianaPolis previa a implosão do prédio, mas a partir de 2018 a desconstrução foi a alternativa escolhida dada a complexidade da obra, em plena malha urbana, com edifícios históricos na envolvente, e por prever o aproveitamento e a reutilização dos materiais, e causar menos impacto ambiental.