O Mercedes EQS é um dos veículos eléctricos mais recentes no mercado e assume-se como um dos mais luxuosos e sofisticados. É igualmente um dos mais caros, com a versão EQS 580 4Matic, que não será a mais potente ou onerosa, a ser proposta por valores a partir de 150 mil euros. A luxuosa berlina eléctrica alemã foi submetida ao teste do alce pelo KM77, exercício que consiste numa manobra de esquiva a um obstáculo, para potencialmente evitar um acidente. O EQS conseguiu realizar esta prova a um máximo de 72 km/h. Sucede que este valor está longe de ser uma referência, sendo mesmo ultrapassado pelo pequeno e barato Dacia Spring, cujo preço fica abaixo dos 17.000€.

O teste do alce começou por ser uma necessidade nórdica, cujos condutores por vezes são surpreendidos de noite por alces que lhes aparecem pela frente. A melhor opção para quem vai ao volante é evitar embater num animal com o peso de uma vaca mas com pernas mais altas, que lhe permitem esmagar o pára-brisas e quem vai a bordo. Para que isso aconteça, é necessário ter um veículo eficiente e previsível, capaz de guinar para se desviar do animal, para depois voltar a guinar para regressar à sua faixa de rodagem, tudo isto sem perder o controlo do veículo e evitando o embate. Quanto mais elevada for a velocidade a que esta manobra de esquiva consegue ser realizada, sem derrubar os cones que limitam a pista, melhor é o veículo no ranking do teste do alce.

Ao realizar a manobra a 72 km/h, o Mercedes EQS 580 4Matic é batido pelo Dacia Spring (77 km/h), mas igualmente por outros veículos eléctricos, como o Porsche Taycan Cross Turismo Turbo S (74 km/h), o Porsche Taycan Turbo S (78 km/h), Kia EV6 (78 km/h), Hyundai Ioniq 5 (80 km/h), Tesla Model Y Long Range (83 km/h) e Tesla Model 3 Long Range (83 km/h). É certo que o Mercedes EQS é o mais comprido do lote, com 5,21 m, contudo não muito longe dos 4,96 m do Taycan, que se revela bastante mais rápido do que rival alemão.

Dacia Spring (quase) bate Porsche Taycan no teste do Alce

Mas o teste do alce, tal como é realizado por algumas entidades como o KM77, rege-se por uma norma, adaptando-se às dimensões do veículo, alargando a distância entre os cones consoante as dimensões do modelo a testar. O que a prova do alce não consegue compensar, apesar do peso superior do EQS 580 4Matic, são as quatro motrizes, as suspensões que, apesar de macias, endurecem durante a manobra, a maior largura de vias com a vantagem em termos de estabilidade, ou até os pneus mais largos e de qualidade superior, sobretudo face aos pneus chineses estreitos e pouco eficientes do Dacia. E até as quatro rodas direccionais do EQS, similares às que já testámos em modelos como o Honda Accord e o Renault Laguna, sempre com grande eficácia, não conseguiram evitar que o Mercedes se revelasse o menos eficiente do teste no alce do KM77.

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