Três pessoas que ficaram paraplégicas depois de sofrerem acidentes de mota conseguiram voltar a andar graças a apenas uma intervenção cirúrgica que implantou 16 elétrodos nas suas costas.

Os participantes desta cirurgia perderam toda a capacidade de movimento nas pernas e tronco devido à rutura completa da medula.

“Um dia depois de começar a praticar vi que as minhas pernas se mexiam outra vez. Foi muita emoção“, disse Michel Rocatti, um dos três participantes, citado pelo El País.

Grégoire Courtine, neurocientista da Escola Politécnica Federal de Lousano, na Suíça, e Jocelyne Bloch, neurocirurgiã do Hospital Universitário de Lousano, fazem parte da equipa científica que conseguiu este feito.

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Numa operação de apenas quatro horas, implantaram elétrodos que emitem de pulsações elétricas sincronizadas que imitam os sinais que circulam ao longo da medula espinhal — que liga o cérebro aos membros inferiores.

Os elétrodos são conectados a um sistema artificial próprio que produz os impulsos necessários para um individuo andar, como representado num estudo publicado na Nature Medicine.

“Até agora, todos os implantes utilizaram elétrodos reutilizados, pois eram originalmente desenhados para tratar apenas as dores. Desenhar uma tecnologia específica para esta nova forma de utilização permite sincronizar a estimulação com o movimento, imitando sinais emitidos pelo cérebro”, destacou Courtine, orgulhoso desta grande novidade associada a esta cirurgia.

Este tipo de operações possibilitaram pessoas como David Mzee a voltar a andar, no outono de 2018. Este jovem ficou paraplégico com apenas 20 anos.

Depois desta intervenção, as pessoas voltam logo a colocar-se de pé e dão os “primeiros passos”, mas a recuperação completa demora entre quatro e cinco meses. “Sinto-me mais forte e as dores associadas à cadeira de rodas desapareceram”, afirmou Rocatti.