A Câmara de Lisboa aprovou esta quarta-feira uma proposta do PCP para a criação pela Carris de um serviço dedicado ao transporte escolar, inclusive a implementação de um projeto piloto, em setembro, com dois agrupamentos de escolas da cidade.

Aprovada por unanimidade em reunião privada de câmara, a proposta visa criar “um serviço público de transporte de crianças em idade escolar”, através da empresa municipal Carris, permitindo “substituir por transporte coletivo um número significativo de deslocações que esta quarta-feira são feitas em transporte individual, ou seja, menos carros, menos emissões, menos poluição na cidade”, afirmou o vereador do PCP João Ferreira, em declarações à agência Lusa.

“É um passo importante também no sentido do apoio às famílias, é uma forma de apoio às famílias que também ganham com a existência deste serviço, portanto ganham as famílias, ganha o ambiente na cidade, são fundamentalmente esses os dois ganhos que podemos ter com esta proposta”, reforçou o vereador comunista, sem pelouro atribuído no executivo de Lisboa, sob a liderança de PSD/CDS-PP que governa a cidade sem maioria absoluta.

No âmbito da reunião de câmara, a proposta do PCP recebeu contributos de várias forças políticas, inclusive de PSD, PS, Livre e BE, e “a esmagadora maioria” dessas sugestões foram incorporadas na versão final da iniciativa, referiu João Ferreira.

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Em resultado do que foi aprovado, a Direção Municipal de Mobilidade em estreita articulação com a Carris tem de iniciar já este ano “o estudo de um serviço a criar pela Carris dedicado ao transporte escolar, com recursos dedicados e/ou potenciando a integração de serviços existentes, em articulação com os agrupamentos escolares e estabelecimentos de ensino, da cidade, com vista à implementação de um projeto piloto, que inclua estabelecimentos de ensino de pelo menos dois agrupamentos de escolas da cidade, em setembro de 2022”.

Entre as medidas está o estudo das necessidades dos percursos e dos horários adequados, em função do que for o resultado da análise inicial, bem como o estudo das sinergias entre um novo serviço de transporte escolar e serviços de mobilidade de proximidade e de bairro, e o levantamento dos investimentos inerentes à criação de um transporte escolar na cidade de Lisboa, com meios humanos dedicados e veículos próprios.

“O estudo deve ter em conta as necessidades sociais dos territórios e dos alunos dos agrupamentos e deve poder abranger serviços complementares definidos em conjunto pela autarquia, juntas de freguesia e agrupamentos escolares”, lê-se na proposta, referindo que se devem estudar também circuitos especiais de transporte para a educação inclusiva (alunos com necessidades de saúde especiais) das escolas básicas do 1.º, 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário.

O vereador do PCP reforçou que o estudo se inicia “desde já” com a perspetiva de chegar ao início do próximo ano letivo, em setembro deste ano, e ter “não ainda o serviço todo para toda a cidade, mas um projeto piloto que envolva pelo menos dois agrupamentos escolares da cidade”, acrescentando que nos próximos meses vai também estudar-se quais serão esses agrupamentos.

“Isto será um transporte gratuito, é essa a ideia”, reforçou o comunista.

Na reunião de câmara, o executivo aprovou também, por unanimidade, uma proposta apresentada pela vereadora independente do movimento político Cidadãos por Lisboa (eleita pela coligação PS/Livre) “em defesa da Academia de Amadores de Música”, associação centenária que está em risco de ser despejada da sua sede no Chiado, situação que também já tinha sido levantada há duas semanas pelo PCP.