Os Jogos Olímpicos de Inverno, que estão a decorrer em Pequim desde dia 4 deste mês e que durarão até 20 de fevereiro, estão a ser alvo de diversas críticas, em especial no que toca à organização da competição mundial.

São já conhecidas denúncias de países como Suécia, Polónia, Finlândia e Alemanha em relação, não só à gestão dos casos de Covid-19, como relativamente às condições do alojamento e da comida providenciada aos atletas.

A atleta polaca Natalia Maliszewska, segundo o The Guardian, sofreu “uma experiência traumática”, onde foi aceite e retirada das competições várias vezes por testes à Covid-19 com resultados diferentes. Na madrugada de sábado, a atleta foi retirada do quarto de hotel onde cumpria isolamento e levada por uma ambulância. “Eu estava sentada na ambulância, eram três horas da manhã e eu estava a chorar muito porque não sabia o que se estava a passar. Não me senti segura de todo.”

Eles tinham-me dito à meia-noite que eu podia sair e cinco minutos depois que eu não podia”, explicou a atleta polaca. “Disseram-me que havia tanta burocracia que não iria compreender. É a China.”

Mais tarde, foi dito a Natalia Maliszewska que tinha testado positivo novamente, mas que poderia treinar para as qualificações da tarde de sábado. A cerca de meia hora do início dos treinos, a atleta recebeu uma mensagem a explicar que a organização tinha cometido um erro e que a atleta não poderia competir por ser um risco para as outras pessoas. No final de tarde de sábado, Natalia Maliszewska foi novamente testada, tendo recebido um resultado negativo na manhã seguinte.

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Agora não acredito em todos estes testes. Quero explicações das pessoas que me fizeram sentir insegura, porque ninguém está a dizer nada agora. Estão silenciosos”, afirmou.

Já em relação à equipa da finlandesa, Jukka Jalonen, treinador da equipa de hóquei no gelo masculina, afirmou, segundo o El Español, que os direitos de um dos seus jogadores não estavam a ser respeitados.

Marko Anttilla, o jogador em questão, testou positivo há 20 dias. Desde então, embora tenha tido vários testes negativos à Covid-19, não pode competir com os restantes colegas de equipa. “Esteve com os jogadores e a equipa técnica durante a semana e ninguém contraiu nenhuma infeção.”

Sabemos que está completamente saudável e pronto para jogar. Por isso pensamos que a China não está a respeitar os seus direitos humanos. De um ponto de vista médico, sabemos que uma pessoa nestas condições já não é infecciosa. Estas decisões de isolamento não se baseiam na medicina nem na ciência, são mais decisões culturais e políticas”, afirmou, segundo o El Español, Jukka Jalonen.

Christian Schweiger, treinador de esqui da equipa alemã, teceu críticas à comida providenciada pela organização dos Jogos Olímpicos. “O catering é extremamente questionável. Tinha esperança que o Comité Olímpico fosse capaz de proporcionar uma refeição quente. Há batatas fritas, algumas nozes e chocolates, mas nada mais. Isto mostra a falta de foco no desporto de alto rendimento“, afirmou o técnico alemão.

Não foram apenas os atletas que sofrera as consequências de uma fraca organização dos Jogos Olímpicos de Inverno. O jornalista sueco Philip Gadd, que, tendo testado positivo à Covid-19 na chegada a Pequim na passada quarta-feira, foi colocado numa ambulância para ser levado para um local de isolamento. “Foi uma experiência deveres aterrorizantes e não me pareceu real. Parecia que estava num filme, num filme de ficção científica“, afirmou ao The Guardian o jornalista.

Atleta com Covid-19 levada para a Aldeia Olímpica após apelo desesperado. Fora isolada noutro local