Com os mais recentes ataques informáticos a grupos como a Vodafone ou a Impresa, a vulnerabilidade do meio digital parece cada vez mais evidente.

Se as comunicações da Vodafone ficaram em baixo durante um dia, o mesmo não poderia, num caso hiperbolizado, acontecer com a própria internet?

Um sistema que parece saído de um filme de ficção científica é a última barreira de toda a internet do mundo, como explica o vídeo do jornal El Confidencial.

A cada três meses, um grupo de sete pessoas junta-se, ou nas instalações do ICANN — sigla para  “Corporação da Internet para Nomes e Números Designados“, em inglês — na costa este dos Estados Unidos da América, ou numa instalação da mesma organização na costa oeste.

Cada uma destas pessoas possui uma chave física responsável por abrir um cofre onde existem dois módulos HSM — sigla em inglês para Módulo de Segurança de Hardwaree um cofre onde estão cartões de criptografia (de salientar que existem dois módulos na costa este e dois na costa oeste). São estes cartões que, inseridos nos módulos, permitem a criação de um “código mestre“, que funciona como peça chave no funcionamento da internet em todo o mundo.

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É este código que controla o sistema DNSSEC, o mecanismo do ICANN responsável pela autenticação de todos os dados da internet. Este novo código gerado é o que mantém a internet em funcionamento durante os próximos três meses, até a próxima reunião ter lugar.

O sistema foi criado em 2010, quando sete chaves físicas e sete cartões foram atribuídos a 14 pessoas.  São as chaves físicas que permitem este ritual da internet que ocorre a cada três meses.

Já os sete cartões servem para, caso existe uma tentativa de arrombamento ou avaria dos módulos guardados no cofre, a ICANN compre novos módulos ao fabricante dos anteriores, e todo o sistema possa ser restaurado através da reunião de pelo menos cinco destes cartões, numa operação que tem de ser realizada num único local.