A Opel apresentou à imprensa europeia o novo Astra berlina de 5 portas e escolheu Portugal como o palco para este evento, mais precisamente a região entre Lisboa, Cascais e a Praia Grande. Isto permitiu-nos confirmar tudo o que já tínhamos avançado sobre o modelo alemão do grupo Stellantis, mas juntar as primeiras impressões recolhidas ao volante, analisando comportamento, conforto, capacidade de aceleração, isolamento e consumo.

O novo Astra de 5 portas tem o mesmo comprimento do antigo (4,37 m) e uma bagageira com 422 litros (352 dm3 nas versões PHEV), mas é 5,1 cm mais largo, 4,4 cm mais baixo e usufrui de mais 1,3 cm entre eixos, o que deverá favorecer o comprimento do habitáculo. Sobre estes detalhes que se podem constatar de fita métrica em punho, está uma carroçaria mais moderna e atraente, especialmente na versão com tejadilho pintado de preto. Pena é a grelha Vizor que, ao contrário do que acontece noutros modelos da gama que também montam este elemento estilístico, no Astra apresenta quatro “rasgos” de cada lado com um aspecto pouco refinado.

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O facto de estar montada sobre a mais recente a plataforma da Stellantis para este segmento, a EMP2, permite à mais recente geração do Astra oferecer versões equipadas com mecânicas híbridas plug-in (PHEV) e até 100% eléctricas, o que era impossível na geração anterior.

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Um PHEV que praticamente cumpre o prometido

O Astra oferece, pela primeira vez na sua história, versões PHEV. Especificamente duas, pois o primeiro híbrido plug-in, com uma potência total de 180 cv, irá ser reforçado mais tarde com uma segunda versão mais possante, com 225 cv. A mecânica PHEV conjuga sempre um motor a gasolina sobrealimentado, com quatro cilindros e 1,6 litros, capaz de assegurar 150 cv e 250 Nm, com uma unidade eléctrica que debita 110 cv e 320 Nm. O motor eléctrico é alimentado por uma bateria com uma capacidade total de 12,4 kWh, em relação à qual o construtor não revela a capacidade útil. Anuncia, isso sim, a possibilidade de percorrer 60 km em modo eléctrico, ou seja, sem recorrer ao motor a combustão.

Os dois motores estão associados a uma caixa de velocidades automática electrificada, que monta o mencionado motor eléctrico (que fornece potência e gera energia nas desacelerações e travagens) no local normalmente ocupado pelo conversor de binário da caixa. Esta é de fabrico japonês, fornecida pela Aisin, e possui oito velocidades para a frente.

Astra já em Portugal e à venda a partir de 25.600€

A primeira surpresa foi provocada pelo silêncio a bordo, uma vez que a Opel monta pára-brisas com isolamento acústico em todas as versões, com as mais completas – das três disponíveis, respectivamente Elegance, GS Line e Ultimate – a montar ainda vidros revestidos com este tipo de película nas portas da frente. De tal forma que é difícil perceber, só de ouvido, se circulamos em modo eléctrico ou com recurso ao motor de quatro cilindros.

O condutor tem à sua frente um head-up display tridimensional e a cores, que nos pareceu legível e a funcionar correctamente, além do Pure Panel Pro, nos Astra mais bem equipados, a versão mais sólida e atraente do enorme ecrã horizontal que junta o painel de instrumentos ao display central. A posição de condução é boa e o modelo é relativamente confortável, apesar de se notar o maior peso da versão PHEV, que reivindica 1678 kg, contra 1424 kg do Astra 1.5 diesel de 130 cv, ou 1332 kg do Astra 1.2 a gasolina com 110 cv.

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Os 180 cv e 360 Nm do Astra PHEV 1.6 Turbo que conduzimos, denominado Astra Hybrid, permitiram uma condução rápida (daí os anunciados 225 km/h e 0-100km/h em 7,6 segundos), apesar de não ser este o tipo de utilização para o qual os PHEV foram concebidos, ou se sentem mais à vontade. O típico comprador desta classe de veículos ficará mais entusiasmado pelo facto de termos percorrido 58 km em modo eléctrico, muito próximo dos 60 km anunciados segundo o método WLTP. Em estrada sinuosa, a 70 km/h, percorremos 22 km com um consumo médio de 16,7 kWh/100 km, valor que melhorou para 14,6 kWh/100 km nos 35 km seguintes, em que 30% foram percorridos em cidade. Valor competitivo e muito próximo dos reivindicados pela Opel.

Astra a gasolina com 110 cv satisfaz

Depois de guiarmos o Astra híbrido plug-in, o mais caro da gama, passámos para o volante da versão mais acessível, aquela equipada com o motor a gasolina com 1,2 litros e três cilindros, que fornece 110 cv e 205 Nm. Obviamente menos potente, mas sobretudo com menos força, especialmente a baixo regime (sempre face ao PHEV), o Astra a 1.2 Turbo compensa parcialmente ao ser 346 kg mais leve, sendo aceitáveis os 199 km/h anunciados como velocidade máxima, bem como os 0-100 km/h em 10,5 segundos.

Não foi preciso percorrer muitos quilómetros para confirmarmos que se a rapidez na resposta ao acelerador era menor, já o mesmo não acontecia com a agilidade, superior graças ao menor peso, mas igualmente em relação ao conforto, uma vez que montará suspensões com elementos elásticos menos duros, mais uma vez devido ao peso inferior. O pequeno motor turbo, que deixa ouvir o trabalhar típico das unidades com apenas três cilindros, não chega a ser barulhento ou a provocar demasiadas vibrações.

Fonte: Opel

Na centena de quilómetros percorridos com esta versão, rodámos com médias de 6,8 litros/100 km, um valor normal para veículos deste segmento, equipados com motores relativamente “pequenos”. Face aos valores comunicados pelo fabricante, que em ciclo combinado anuncia 5,4 l/100 km, o Astra 1.2 Turbo até fica mais próximo do que os conseguidos pelo PHEV depois de esgotar a bateria. A funcionar apenas como híbrido, o Astra Hybrid nunca baixou dos 5,5 litros, longe pois dos 1,1 litros que anuncia.

Preços entre 25.600€ e 42.300€

O novo Opel Astra, na versão berlina de cinco portas, vai chegar ao nosso país mais tarde do que o inicialmente previsto. A produção já arrancou na Alemanha, em Rüsselsheim, mas os condutores nacionais apenas vão ver as suas encomendas começarem a ser satisfeitas a partir de Junho. Este atraso é parcialmente compensado pela chegada em bloco de todas as versões, da 1.2 Turbo, com 110 cv a gasolina, à 1.5 Turbo D a gasóleo, com 130 cv, passando pelo 1.6 PHEV, de 180 cv. A versão eléctrica alimentada a bateria, o Astra-e, chegará apenas em 2023, para a carrinha Sports Tourer surgir no final do Verão, em Setembro.

Opel Astra também será eléctrico na berlina e na carrinha

Ao contrário das versões concebidas pela Opel para o novo modelo, Portugal optou pela introdução de algumas alterações. Daí que seja proposta uma versão menos equipada e mais barata do que a Elegance, chamada Business, mais virada para frotas e empresas. Seguem-se a Elegance e a GS Line, esta última mais completa e onerosa. Sai do cardápio nacional a versão Ultimate, que no resto da Europa é a que integra mais equipamento. Confira acima a lista de preços.