Concebido originalmente para ser fabricado no Brasil e servir os mercados da América do Sul, então como Nivus, este pequeno SUV coupé mudou de nome e de objectivos, deixando para trás o samba e passando a apontar armas ao mercado europeu. Adoptando a denominação Taigo e sendo produzido na fábrica da Volkswagen em Navarra, Espanha, o novo SUV coupé, ou CUV, pretende ser uma alternativa mais jovem e com aspecto mais dinâmico face ao T-Cross.

Em termos de SUV pequenos, com cerca de 4,2 metros de comprimento, a VW está particularmente bem apetrechada, pois juntou o Taigo aos já conhecidos T-Cross e T-Roc. Mas o cenário vai ficar mais desanuviado em breve, quando a próxima geração do T-Roc, que é construído sobre a plataforma do Golfe, crescer em tamanho e se transformar numa espécie de Tiguan coupé.

Taigo mais “rico” em Portugal do que na Europa

O Taigo foi concebido sobre a plataforma MQB A0, a mesma que serve o Polo e o T-Cross, daí que possa ser fabricado na mesma linha. A VW afirma que, apesar da base ser a mesma, o Taigo tem diferenças face ao Nivus, para o adaptar à utilização mais exigente dos condutores europeus.

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Lá fora, o Taigo é igualmente a versão coupé do T-Cross, mas posicionado na gama como uma proposta um pouco mais barata, apesar de ser ligeiramente mais comprido. A estratégia seguida para o nosso país pela SIVA, o importador da marca alemã, é distinta. Em vez de propor versões mais acessíveis, à custa de menos equipamento, a VW apostou em elevar o estatuto do CUV, refinando-o e colocando-o acima do SUV, com o Taigo a ser comercializado por mais cerca de 600€ do que o T-Cross.

Entre nós, o novo SUV coupé é proposto em três níveis de equipamento, nomeadamente Life, Style e R-Line, sendo este último o mais refinado e caro. Segundo a marca, os clientes deste segmento querem modelos mais equipados, o que explica o facto de o Life propor de série faróis LED, o Digital Cockpit (em versão Basic), os sistemas front assist e lane assist, ar condicionado Climatic e a app connect wireless, sendo esta ferramenta essencial para que a marca possa vender aos seus clientes, em regime de pós-venda, novos serviços e funcionalidades em actualizações de software over-the-air, como é o caso do sistema de navegação, app connect, controlo por voz e cruise control adaptativo.

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A versão Style oferece adicionalmente jantes maiores (17” em vez de 16”), faróis LED Matrix, faróis de nevoeiro, Digital Cockpit Pro, ar condicionado Climatronic 2 e travel assist. Já a R-Line é equivalente à Style, mas com uma orientação mais desportiva, daí os pára-choques na cor da carroçaria e os apontamentos alusivos à versão.

Personalizável por dentro e por fora

Visando uma clientela mais jovem, o Taigo abre a possibilidade de se jogar com inúmeras cores de carroçaria, desenhos de jantes, para no interior se poder optar por diferentes estofos e revestimentos, além da cor do tablier. O CUV apresenta plásticos rígidos no habitáculo, excepção feita para a zona superior do tablier, onde se encontra um material mais macio e agradável ao toque, o que é menos frequente neste segmento e certamente agradará aos potenciais clientes.

Para motorizar o Taigo não há motores a gasóleo, tal como já acontece no Polo e no T-Cross, com a VW a deitar mão aos mesmos motores dos modelos que recorrem a esta plataforma MQB A0. A mecânica mais barata, proposta por 23.526€, é a 1.0 TSI sobrealimentada com apenas 95 cv e três cilindros, disponível somente no nível de equipamento Life. O motor com maior procura promete ser o 1.0 TSI de 110 cv, que pode surgir acoplado a uma caixa manual de seis relações ou à automática DSG, sendo que esta implica um investimento adicional em torno de 1700€. Para o mesmo equipamento, o motor de 110 cv obriga a um custo extra próximo dos 1500€. Consulte aqui as características técnicas das diferentes versões.

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O Taigo topo de gama monta o 1.5 TSI com 150 cv, que assegurará uma maior dinâmica ao modelo, ainda que isso atire os valores para cerca de 33.510€ (todos os preços da gama aqui). Não deixa de ser estranho o facto de este novo SUV coupé não recorrer a qualquer motor electrificado, vindo de uma VW que é, dentro dos grupos tradicionais, quem mais investiu na mobilidade eléctrica.

Não tivemos ainda oportunidade de conduzir o VW Taigo, mas sentámo-nos ao volante, atrás e analisámos o espaço na mala. Esta última disponibiliza 440 litros de capacidade, valor que sobe para 1222 litros com o banco traseiro rebatido. Ou seja, um pouco menos do que o anunciado pelo T-Cross (455 e 1281 litros) devido ao pilar traseiro mais inclinado. No assento traseiro há espaço para três adultos elegantes, idealmente dois e uma criança, com a altura a não ser um problema, pelo menos até à estatura de 1,80 m. À frente, a posição de condução é boa, similar ao T-Cross (como seria de esperar) e ligeiramente mais sobrelevada do que o Polo, agradando assim aos fãs dos SUV.

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