Os cães são capazes de identificar os seus donos ouvindo apenas o som da voz, sem recurso ao olfato ou à visão.

A descoberta partiu de uma equipa da Universidade de Eotvos Loránd, em Budapeste, e o estudo foi publicado na passada quinta-feira, dia 10, na revista Animal Cognition.

Para a investigação, foram utilizados 28 cães com os seus respetivos donos. De modo a eliminar a visão da prova, o dono era colocado num local escondido, num lado da sala, e um estranho era colocado noutro ponto escondido no lado oposto.

Enquanto ambos liam receitas com um tom de voz neutro, os cães teriam de se aproximar do seu respetivo dono. Cada par realizou o desafio em 14 rondas diferentes, com 14 pessoas distintas, e, segundo o estudo, os animais acertaram no sítio que escondia o dono 82% das vezes.

Nas duas últimas rondas, tanto o dono como o estranho não estiveram presencialmente na sala, sendo as suas vozes transmitidas por aparelhos eletrónicos igualmente escondidos nos mesmos locais das outras rondas. Nestes casos, os cães dirigiam-se ao encontro da voz do dono mais vezes do que até à voz do estranho.

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A taxa de sucesso na escolha dos cães,  a sua habilidade para descriminar a voz dos donos de uma variedade de vozes de controlo, e o facto de que as escolhas dos cães não foi confundida pelo olfato indica que os cães podem identificar pistas através do discurso”, é afirmado no estudo.

O mais surpreendente, para a equipa de investigação, como contou à CNN Tamás Faragó, investigador da Unversidade Eotvos Loránd, é que os cães não utilizaram o seu sentido de olfato na experiência.

Provavelmente, em muitos casos, os cães têm de ‘ativar’ o seu olfato para encontrar coisas, mas não o utilizam de forma rotineira durante todo o tempo”, explicou tamás Faragó.

Além disso, a equipa descobriu que as diferenças da frequência (agudo ou grave) e do ruído (mais limpo ou mais arranhado) tiveram um impacto na altura da escolha dos animais.

Quanto mais a voz do dono e do estranho era diferente em termos de frequência e ruído, mais rapidamente o cão reconhecia qual o seu dono.