Um professor de um colégio islâmico da Indonésia foi esta terça-feira condenado a prisão perpétua pela violação de 13 raparigas.

Os crimes ocorreram, segundo a Reuters, entre 2016 e 2020, e as vítimas, que ficaram em alguns casos com lesões resultantes das violações, tinham entre 12 e 16 anos. Oito das raparigas terão engravidado em resultado dos crimes.

[Herry] Wirawan foi considerado culpado pelos crimes de violação propositada, e por ter forçado os atos sexuais em mais do que uma vítima repetidamente”, afirmou Yohannes Adi, o juiz responsável pelo caso, na cidade de Bandung.

A procuradoria da Indonésia pediu a pena de morte ou a castração química para o professor, em consequência da severidade dos crimes, mas a comissão dos direitos humanos do país, que se opõe à pena de morte, considerou que esta não seria apropriada.

Os crimes terão ocorrido, de acordo com o Daily Mail, não só no colégio, mas também em quartos de hotel e apartamentos alugados.

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Esta ferida nunca sarará enquanto nós vivermos. A dor que nós sentimos é indescritível. Não nos sentimos ouvidos”, afirmou o tio de uma das vítimas. “Deixaremos Deus, enquanto juiz superior, puni-lo. Podemos apenas rezar porque aqueles juízes falharam em representar a nossa dor.”

As autoridades começaram a investigar o caso depois de os pais de uma das vítimas se terem deslocado à polícia, após a sua filha ter regressado a casa num feriado e admitido que tinha acabado de dar à luz.

Os bebés foram colocados à guarda do Estado, e serão entregues às vítimas até que estas, como escreve o Daily Mail, “estejam mentalmente preparadas para cuidar dos seus filhos”.

Na Indonésia, cerca de cinco milhões de jovens estudam nos “pesantren”, os cerca de 25 mil colégios islâmicos que são, muitas vezes, o único meio que as famílias mais pobres têm de providenciar uma educação aos seus filhos.

Em 2016, o Presidente da Indonésia, Joko Widoo, declarou uma “guerra” aos crimes contra menores, e em 2020 promulgou uma lei que permite a castração química de pedófilos.