A privação material e social atingiu 10,7% das crianças em Portugal no ano passado, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Para a população em geral, este indicador é de 13,5%, segundo a mesma fonte, que esta terça-feira publicou os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento.

As dificuldades económicas destes agregados impedem que 15,5% das crianças tenham possibilidade de passar férias, fora de casa, pelo menos uma semana por ano.

De acordo com o INE, 9,7% das crianças fica igualmente fora da participação regular numa atividade extracurricular ou de lazer.

Há ainda uma percentagem de 6,6% que não pode participar em viagens e atividades escolares não gratuitas.

Os dados indicam que 4,3% das crianças nesta situação não tem possibilidade de substituição de roupa usada por alguma roupa nova.

As condições das famílias impedem também que 1,6% dos menores possa “celebrar em ocasiões especiais” e que 1,5% tenha a possibilidade de convidar amigos de vez em quando para brincarem e comerem juntos.

O INE apurou ainda que mais de metade dos adultos com filhos menores fora do agregado tinha idades dos 40 aos 44 anos (29,1%) e dos 45 aos 49 anos (23,1%). Cerca de 93,8% eram homens. A maioria dos filhos menores fora do agregado tinha entre 10 e 13 anos (29,0%) e entre 14 e 17 anos (31,2%).

“Apesar das restrições associadas à pandemia de covid-19, 41,6% referiram ter partilhado presencialmente tempo com os filhos fora do agregado todas as semanas, por exemplo, em refeições, brincadeiras, trabalhos de casa, passeios, conversas, deslocações casa/escola, e 15,9% todos os dias”, segundo a informação divulgada pelo Instituto.

Cerca de 42,3% referiu ter contactado os filhos fora do agregado todos os dias através do telefone, videochamada ou redes sociais, enquanto 32,1% o fez todas as semanas.

De acordo com o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, existiam quase 1,5 milhões de crianças com menos de 16 anos no início de 2021, a maioria em famílias compostas por dois adultos e uma criança dependente (20,3%) ou por dois adultos e duas crianças dependentes (32,4%).

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