Marta Temido admitiu, esta quarta-feira, um cenário em que o cumprimento de isolamento profiliático em caso de teste positivo à Covid-19 apenas se aplica se for passada uma declaração por um médico.
Para já, a ministra da Saúde somente confirmou que a Direção-Geral da Saúde (DGS) está a estudar a redução do período de isolamento quer em caso sintomáticos, quer nos assintomáticos. No entanto, ressalva que a DGS “preferiria fazer essa redução noutra fase do combate à pandemia e associar essa redução à redução da mortalidade”, um indicador que “ainda preocupa”.
À margem do sétimo curso temático das pré-jornadas da Covid-19, Marta Temido detalhou que continuará a haver uma “diferenciação do isolamento entre casos sintomáticos e assintomáticos”, reduzindo-se o número de dias para “uns e para outros”.
Apesar de Portugal estar a “entrar numa nova fase da pandemia” com o R(t) a baixar, a ministra da Saúde sublinhou que a mortalidade ainda está acima dos 20 óbitos por um milhão de habitantes — estando agora nos 60 —, sendo necessário ainda “alguma prudência”.
Estes “fatores de alerta” também servem para justificar que ainda não se tenha decretado o fim do uso de máscaras nas escolas. Marta Temido atirou esta “possibilidade” para “uma nova fase”, remetendo também a decisão para a DGS por tratar-se de um assunto no âmbito da “saúde pública”. Referiu também que o organismo liderado por Graças Freitas está a discutir o tema.
Ministra adianta “mudança no modelo de vacinação”
Reiterando a ideia de Portugal está numa nova da pandemia, a ministra da Saúde adiantou uma “mudança no modelo de vacinação”, sinalizando que o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, publicará uma “nota pública” ainda esta semana a informar sobre as alterações.
Na origem, está a “redução do afluxo aos centros de vacinação”. Marta Temido disse haver ainda um “universo elegível que se infetou” recentemente e que só estará “elegível daqui a cinco meses”. Ainda assim, destacou que é necessário “manter a prontidão” da resposta nos centros de vacinação.
A ministra da Saúde apontou ainda que “muito provavelmente” haverá uma “vacinação sazonal” contra a Covid-19, estando-se a estudar o “melhor calendário” em coordenação com a Agência Europeia do Medicamento.