A União Europeia (UE) vai enviar observadores para acompanhar as eleições legislativas de 15 de maio no Líbano, a pedido do Governo libanês, anunciou esta quarta-feira o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE).

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, nomeou o deputado conservador húngaro György Hölvényi (Partido Popular Europeu-PPE) para liderar esta missão de observação eleitoral, a quarta no Líbano desde 2005.

“A realização de eleições é antes de tudo um direito e uma expectativa do povo libanês, bem como uma responsabilidade soberana que o Governo libanês deve assumir. O trabalho da missão da UE contribuirá para um processo eleitoral inclusivo e transparente e para fortalecer ainda mais o caminho democrático e as reformas no Líbano”, afirmou Josep Borrell, citado num comunicado divulgado pelo SEAE.

O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança explicou que o bloco comunitário “comprometeu-se a ajudar o processo eleitoral no Líbano, dando um importante apoio financeiro, técnico e político para a preparação” do escrutínio.

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György Hölvényi acrescentou, por sua vez, que deseja que o trabalho da missão de observadores construa um sentimento de confiança e fortaleça o processo democrático no país.

Nas mesmas declarações, Hölvényi afirmou que espera “trabalhar com todas as partes interessadas libanesas, incluindo autoridades estaduais, partidos políticos, candidatos, líderes e representantes religiosos, organizações da sociedade civil e organizações nacionais e internacionais de observadores eleitorais”.

De acordo com o comunicado, a missão eleitoral da UE será composta por 80 pessoas.

A equipa central de observadores eleitorais, que ficará estabelecida em Beirute, vai chegar no final de março ao território libanês e será composta inicialmente por 10 especialistas, que irão analisar os diferentes aspetos do processo eleitoral.

Em meados de abril, mais 30 observadores deslocam-se ao país para supervisionar a campanha política em várias regiões e outros 40 chegarão mais perto do dia das eleições para monitorizar o escrutínio e a contagem dos votos.

A observação deste ato eleitoral fora do território libanês também está prevista, uma vez que a presença da diáspora libanesa é significativa em vários países.

“A missão de observação eleitoral da UE permanecerá no país até a conclusão do processo eleitoral“, indicou a nota informativa.

O Líbano está mergulhado numa crise socioeconómica, considerada a pior da sua história, agravada pela pandemia da doença Covid-19, e por uma persistente crise política.

Mais de metade da população do país, com cerca de 6,8 milhões de habitantes, vive agora abaixo do limiar da pobreza, de acordo com as Nações Unidas.

Os cortes de energia são frequentes, a moeda perdeu cerca de 90% de seu valor nos últimos dois anos e o país deixou de pagar a sua dívida soberana em 2020.