A Corrente Sindical Socialista (CSS) da CGTP exigiu esta sexta-feira a retirada das tropas russas da Ucrânia e defendeu que o conflito se deve resolver no quadro da Organização das Nações Unidas, dado que estão a ser violadas normas da ONU.

“A Corrente defende que a atual situação se deve resolver no quadro das Nações Unidas (ONU), recorrendo ao multilateralismo como forma de resolver o conflito que existe entre a Rússia e a Ucrânia”, afirmou a CSS numa posição escrita, a que a agência Lusa teve acesso.

A CSS considerou que a invasão da Rússia à Ucrânia “viola flagrantemente a Carta da ONU e é uma violação da integridade territorial da Ucrânia que agudiza todo o conflito”.

“Por esta razão, esta ação inaceitável da Rússia deve ser condenada frontalmente“, referiu o documento emitido pelo secretariado da CSS da CGTP, que é liderado por Fernando Gomes, que integra a comissão executiva da central sindical.

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Estes sindicalistas consideraram ainda que “o mundo não pode aceitar uma ação agressiva e militarista desta natureza por parte da Rússia (ou de qualquer outro Estado) contra um Estado Independente, neste caso, a Ucrânia, pois a Carta da Nações Unidas é o quadro normativo no qual se devem resolver os conflitos entre Estados“.

A Corrente Sindical Socialista da CGTP apelou ao diálogo entre todas as partes, sob os auspícios do secretário-geral da ONU, António Guterres, mas considerou que se “impõe que a Rússia imediatamente recue da sua ofensiva militar contra um Estado Soberano para que este diálogo seja consequente e produtivo”.

“Nesta hora dramática, a Corrente transmite a sua total solidariedade aos trabalhadores ucranianos e às suas organizações sindicais, bem como aos imigrantes ucranianos que vivem e trabalham em Portugal.

A Corrente sindical associou-se ao movimento sindical europeu e internacional “na expressão da sua total Solidariedade quanto à situação que se vive na Ucrânia, com consequências terríveis para o povo, que quer trabalhar e viver em Paz”.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus “resultados” e “relevância”.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.