“Quantas vezes é que vais perguntar isso e quantas vezes é que vou ter de repetir? Simeone vai ficar o tempo que quiser. Ficou claro? As críticas são irrisórias, vejam o que ele fez em 10 anos aqui no clube. Talvez o melhor que poderíamos ter para treinar a equipa no lugar dele seria um de vocês, um jornalista, porque sabem sempre os onzes iniciais como ninguém.”

Cinco frases, uma mensagem clara: Diego Simeone só vai sair do Atl. Madrid quando e se quiser. Enrique Cerezo, presidente do clube espanhol, foi abordado por jornalistas à saída de um evento e não mediu a confiança no treinador argentino apesar das cinco derrotas em 10 jogos que a equipa sofreu entre o fim de dezembro e o mês de fevereiro.

O 4.º lugar na liga espanhola, já a 15 pontos da liderança do Real Madrid, tem sido a cruz de Simeone. E os oitavos de final da Liga dos Campeões, onde os colchoneros empataram com o Manchester United e foram totalmente superiores durante os 90 minutos, têm sido o grande alívio de Simeone. Este sábado, num Wanda Metropolitano iluminado com as cores da Ucrânia e contra o Celta Vigo, o Atl. Madrid tinha a oportunidade de somar a segunda vitória em três jogos, o terceiro encontro seguido sem perder e o início da recuperação de uma estabilidade que há muito anda desaparecida. E Simeone procurava começar a reconquistar essa estabilidade através do onze inicial, repetindo na íntegra a equipa que empatou com o Manchester United na quinta-feira, com João Félix a fazer dupla com Correa no ataque e Suárez a começar no banco.

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Félix, que se estreou a marcar na Liga dos Campeões contra os ingleses, foi elogiado por Simeone, que acabou até a justificar o facto de ter tirado o internacional português já na segunda parte. “Parecia cansado, não conseguia correr para trás. Fez um jogo extraordinário. A contundência do João permitiu-nos marcar primeiro. O seu trabalho, tal como o do Correa, era aquilo que o jogo pedia”, explicou o técnico, sendo que o avançado detalhou que o bonito golo de cabeça foi o resultado de “algum tempo a treinar cruzamentos”. “A verdade é que funcionou”, atirou.

Contra o Celta Vigo, onde o ex-Benfica Franco Cervi era titular, o Atl. Madrid foi para o intervalo a vencer pela margem mínima e graças a um golo de Renan Lodi. Kondogbia descobriu o brasileiro com uma grande abertura da direita para a esquerda, o lateral temporizou na grande área e atirou cruzado para abrir o marcador (36′), garantindo aos colchoneros uma vantagem nem sempre merecida face à qualidade demonstrada pela equipa de Eduardo Coudet.

Na segunda parte, o Celta Vigo continuou a ter mais bola mas sempre de forma muito inconsequente e quase mais permitida pelo Atl. Madrid do que propriamente conquistada. A equipa de Simeone estava confortável e a aplicar o seu jogo típico — em vantagem, a defender no próprio meio-campo e a soltar o contra-ataque e a velocidade sempre que tinha essa possibilidade. E foi precisamente assim que chegou ao segundo golo: numa quase fotocópia do lance da primeira parte, Kondogbia voltou a descobrir Renan Lodi nas costas da defesa e o lateral brasileiro, de primeira, atirou cruzado para bater novamente Dituro (60′).

A ganhar por dois golos de diferença, Simeone começou a gerir esforços e tirou Renan Lodi, Correa, Marcos Llorente, Kondogbia e João Félix para lançar De Paul, Griezmann, Carrasco, Lemar e Suárez, sendo que o ex-Benfica Nolito também ainda entrou no Celta Vigo, mas já pouco aconteceu à exceção de um remate muito perigoso de Griezmann (81′). Renan Lodi fez um golo, tirou uma fotocópia para fazer outro quase igual e foi o herói da vitória do Atl. Madrid frente ao Celta, deixando os colchoneros à condição a um ponto do Betis, que só disputa o dérbi com o Sevilha este domingo.