A presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, celebrizou-se pela sua guerra contra os carros poluentes que limitavam a qualidade do ar na capital francesa, sobretudo os modelos equipados com motores a combustão a gasóleo. Agora, Hidalgo abraça nova batalha, mas contra todo o tipo de veículos particulares, sejam eles movidos a gasolina, gasóleo ou electricidade.

O objectivo é banir os carros de uma zona considerável do centro parisiense, que engloba os bairros 1º, 2º, 3º e 4º, além de uma parte generosa dos 5º, 6º e 7º, como pode ver abaixo no mapa que destaca a zona a interditar. A Bloomberg estima que esta medida poderá retirar cerca de 100.000 veículos por dia do centro da cidade, onde o tráfego é mais problemático.

Nesta sua mais recente batalha contra os automóveis, a presidente da câmara parisiense poupa os habitantes na área envolvida, que podem continuar a circular com os seus automóveis. Isentos da proibição ficam ainda os veículos de distribuição, mas igualmente os condutores que se desloquem (ou afirmem pretender deslocar-se) aos estabelecimentos comerciais da zona, uma excepção que permitirá a qualquer condutor circular pelos bairros afectados, bastando para tal mencionar uma loja da área…

Com o objectivo de tornar algumas das mais populares e históricas zonas de Paris menos ruidosas, menos poluídas e menos congestionadas, Hidalgo tem vindo a reforçar a oferta de ciclovias através da cidade, que ganharam 100 km no último ano. Esta medida está alinhada com a decisão de retirar uma parte dos automóveis do centro, levando os seus utilizadores a trocá-los por bicicletas, trotinetas e transportes públicos.

Os especialistas acreditam que, se Paris liderou a guerra contra os diesel, sendo depois seguida por outras grandes cidades, também este esforço para retirar grande parte dos veículos dos centros das grandes urbes, independentemente do combustível utilizado, vai ser replicado noutros países. A Bélgica optou por incentivar em vez de proibir, daí que tenha atribuído 0,25€ por quilómetro a quem utiliza o programa bike to work, para beneficiar os condutores que troquem o carro pela bicicleta, para ir trabalhar e não só. O Reino Unido tem um programa similar, mas mais generoso, enquanto os Países Baixos adoptaram uma solução decalcada da belga.

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