A realização da primeira perfuração petrolífera na Zona Económica Exclusiva (ZEE) de São Tomé e Príncipe, inicialmente prevista para março, foi adiada para início de maio, anunciou fonte oficial, assegurando que “os planos originais não ficaram comprometidos”.

O adiamento da perfuração no poço denominado “Jaca” foi anunciado pela Agência Nacional de Petróleo de São Tomé e Príncipe (ANP-STP), após ser notificada pelas empresas do consórcio constituído pelas petrolíferas anglo-holandesa Shell e a portuguesa Galp que exploram o bloco 6 da ZEE são-tomense.

“A Shell e a Galp esperam iniciar as operações do poço Jaca (Bloco 6), em alto-mar, no início de maio e, apesar do ligeiro atraso, os planos originais não ficaram comprometidos”, refere a ANP-STP em comunicado distribuído hoje à imprensa.

O comunicado refere que o adiamento deve-se a “uma alteração na disponibilidade do navio-sonda Valaris DS-10, inicialmente alocado para executar as operações de perfuração no Bloco 6”, em virtude de uma descoberta recente verificada num poço explorado pelo consórcio Shell e Galp na Namíbia.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Por este motivo, após aprovação da ANP-STP, as empresas do consórcio contrataram em processo acelerado o navio-sonda Maersk Voyager, igualmente bem equipado e com larga experiência na realização de operações de perfuração na África Ocidental (Gana, Angola e Guiné Equatorial) e que recentemente foi utilizado na perfuração do poço Venus da TotalEnergies na Namíbia”, esclarece o comunicado da ANP-STP.

O organismo acrescenta que “tendo em conta a natureza complexa das operações de pesquisa de petróleo e gás, este tipo de mudanças no calendário não é raro neste tipo de projeto”.

“A ANP-STP, na qualidade de agência reguladora, juntamente com os parceiros Shell e a Galp, continuam fortemente empenhados nas operações do poço ‘Jaca’ na esperança de desbloquear o potencial de petróleo e gás de São Tomé e Príncipe”, assegura a ANP-STP.

Em dezembro do ano passado, a ANP-STP e os representantes da Shell e da Galp promoveram uma ronda de apresentações aos titulares dos órgãos de soberania e aos poderes locais, regional e à sociedade civil são-tomense, no sentido de partilhar as informações sobre este projeto, que segundo o diretor da ANP-STP, Olegário Tiny, é aguardado “com expetativa” pelos são-tomenses há mais de 20 anos.

Olegário Tiny esclareceu na altura que do ponto de vista financeiro o início da perfuração não traduz “nenhum impacto imediato direto” na economia do país, mas, “do ponto de vista de conhecimento geológico da área, este primeiro furo pode ter uma importância muito grande”.

“Cria uma expetativa, não só em relação à população e às autoridades, mas em relação a todos os parceiros que estão na zona”, disse o diretor da ANP-STP, referindo que “está toda gente à espera”.