O Spartak de Moscovo assumiu que a exclusão da Liga Europa de futebol “é extremamente perturbadora”, embora admitindo que a sanção determinada pela UEFA e pela FIFA fosse “expetável”, face à invasão da Rússia à Ucrânia.

“A UEFA e a FIFA decidiram excluir-nos da Liga Europa, o que significa que a nossa eliminatória dos oitavos de final, com o Leipzig, não ocorrerá como planeado. Embora a decisão da UEFA e da FIFA fosse expectável, não deixa de ser extremamente perturbadora. Infelizmente, todo o desempenho do nosso clube na Liga Europa foi anulado por razões fora do âmbito desportivo”, refere o Spartak de Moscovo, em comunicado divulgado no site oficial.

O clube de Moscovo, que no início da época foi treinado pelo português Rui Vitória, considerou que “o desporto, mesmo em tempos difíceis, deveria ajudar a construir pontes e não a destruí-las”.

“Somos forçados a obedecer a uma decisão com a qual não concordamos. Por enquanto, vamos concentrar-nos nas competições internas e desejamos que rapidamente seja alcançada a paz de que todos precisam”, conclui a nota dos moscovitas, que ocupam um modesto nono lugar na Liga russa.

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O Spartak de Moscovo, o único clube russo que ainda estava em prova nas competições europeias, foi excluído dos oitavos de final da Liga Europa, nos quais defrontaria os alemães do Leipzig, que, assim, seguem automaticamente para os ‘quartos’, segundo confirmou a UEFA à agência de notícias AFP.

Os clubes e as seleções russas de futebol foram hoje suspensas de todas as competições, por decisão conjunta da UEFA e da FIFA, devido à ofensiva militar do país na Ucrânia.

Esta decisão ocorre um dia depois de a FIFA ter cancelado a realização de jogos de futebol na Rússia, admitindo que as seleções do país jogassem em campo neutro, sem espetadores e sem hino, e sob a designação da sua federação nacional e não do país.

Da mesma fora, a seleção russa também foi afastada do ‘play-off’ de qualificação para o Mundial2022. A Rússia deveria enfrentar, em Moscovo, a Polónia numa das meias-finais, em 24 de março, com o vencedor desse encontro a receber na final do ‘play-off’ para o Mundial, cinco dias depois, a seleção vencedora do jogo entre Suécia e República Checa, em embate que poderia ser novamente em território russo.

Antes, já o Comité Olímpico Internacional (COI) tinha pedido a todas as federações desportivas internacionais que cancelem ou mudem de local quaisquer competições planeadas para solo russo ou bielorrusso, e da UEFA ter transferido para Paris a final da Liga dos Campeões, prevista para São Petersburgo.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.