Depois da derrota nas legislativas, o BE vai discutir o seu rumo estratégico na IV Conferência Nacional, dia 30 de abril, em Lisboa, na qual podem participar todos os militantes “no pleno exercício dos seus direitos estatutários”.

Esta Conferência Nacional foi convocada pela Mesa Nacional do BE do início de fevereiro, que analisou os resultados eleitorais do partido nas legislativas antecipadas, nas quais falhou os seus objetivos, deixou de ser a terceira força política, perdeu metade dos votos e ficou reduzido a cinco deputados.

Segundo o regimento da IV Conferência Nacional, à qual a agência Lusa teve esta quarta-feira acesso, esta reúne-se “com o objetivo de debater e aprovar recomendações à Mesa Nacional sobre o rumo estratégico do Bloco de Esquerda”.

O lema desta iniciativa será “Bloco de Esquerda: Justo, Solidário, Insubmisso” e está previsto que decorra ao longo de todo o dia 30 de abril, em Lisboa.

De acordo com o regimento, “a Conferência é constituída pelo universo de aderentes no pleno exercício dos seus direitos estatutários”, estando previsto o pagamento de uma joia de cinco euros para quem quiser participar.

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No entanto, não têm de pagar esta inscrição todos os aderentes estudantes, desempregados, precários, reformados e ainda os isentos do pagamento anual de quota.

“Para serem debatidas e votadas na conferência, as propostas globais alternativas e as propostas de alteração têm de ser subscritas por 30 e por cinco conferencistas, respetivamente, e entregues na Mesa até às 12h00.Cada proposta global alternativa será apresentada por um conferencista”, refere o mesmo documento, segundo o qual haverá votações no final.

Na conferência de imprensa da Mesa Nacional do BE que analisou os resultados, a coordenadora bloquista, que assumiu a “pesada derrota” do partido, afirmou ter sido decidido que este debate não se devia centrar naquele órgão e que iriam ser feitos “plenários distritais, um pouco por todo o país” e esta conferência nacional sobre “o rumo estratégico do Bloco de Esquerda”.

“Os resultados eleitorais não são o alfa e o ómega da atuação de um partido de esquerda. Isso é mais próprio dos partidos de poder que facilmente mudam de programa para se manter no poder. A esquerda tem convicções, tem um mandato claro e aqui estamos para o cumprir”, respondeu aos jornalistas quando questionada sobre a sua continuidade.

Catarina Martins já tinha afirmado que iria cumprir o seu mandato até ao fim.

“Nunca houve no Bloco de Esquerda convenções extraordinárias ditadas por resultados eleitorais. Não existiu nunca nem existirá”, enfatizou.

Nesse dia, o movimento Convergência, crítico da atual direção do BE, considerou que o partido continua a evitar fazer um balanço das eleições, defendendo uma mudança da “linha política” e não excluindo então a convocação de uma Convenção extraordinária.