Os grupos afetados no mercado laboral europeu pela pandemia diferem de país para país, com Portugal a penalizar mais os homens, de acordo com uma análise do FMI.

De acordo com o paper European Labor Markets and the Covid-19 Pandemic“, divulgado esta quinta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a pandemia afetou desproporcionalmente os jovens, os trabalhadores temporários, os de part-time e aqueles com baixo nível de escolaridade.

A instituição com sede em Washington salienta que, embora não tenha havido grandes diferenças de género na evolução do mercado de trabalho em 2020, de forma agregada, na União Europeia a 27, existiu um alto grau de heterogeneidade entre os países.

Ao contrário do que ocorreu na crise financeira global, em que os homens foram desproporcionalmente afetados pela crise pandémica, a queda média do emprego na União Europeia em 27 em 2020 “foi apenas marginalmente maior para os homens do que para as mulheres, enquanto a média da taxa de desemprego era praticamente a mesma”.

Contudo, o FMI assinala que tal “mascara diferenças significativas entre os países”, explicando que em Portugal, na Alemanha e no Reino Unido, os homens registaram quer maiores quedas no emprego, quer no aumento das taxas de desemprego.

Por outro lado, na Finlândia, na Hungria, na Islândia e na Roménia, as mulheres foram mais negativamente afetadas do que os homens. A análise do FMI indica ainda que a Lituânia foi o país com a maior contração no emprego feminino comparado com o emprego masculino, enquanto na Bélgica a taxa de desemprego feminino aumentou mais em relação aos homens.

“O impacto desproporcional da crise sobre os grupos vulneráveis foi parcialmente motivado por uma maior sensibilidade dos resultados do mercado de trabalho às flutuações do produto”, refere o FMI.

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