Há uma semana começava a guerra na Ucrânia e as imagens e vídeos da invasão russa não tardaram a sugir: apartamentos transformados em ruínas, bairros incendiados, as saídas apressadas, cidadãos cobertos de sangue e ruas onde outrora passeavam sem ser para procurar proteção num abrigo subterrâneo.
Antes e depois da guerra: cidades transformados em escombros
O primeiro discurso do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que todos os dias grava um ou mais vídeos, foi um dos que marcou a semana. Com lágrimas, explicou que um dos objetivos da agressor é “destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado”. Render-se não estava nos planos e, esta terça-feira, garantiu que para já a Ucrânia está a ganhar a guerra, a partir de um bunker.
Entre avanços e recuos, até agora só há confirmação da captura de uma cidade ucraniana pelas forças russas: Kherson, no sul do país. O exército inimigo continua a tentar entrar, sem sucesso, em Kiev.
Os números sobre mortes civis e baixas militares são difíceis de aferir e mudam consoante as fontes, porém uma coisa é certa: centenas de ucranianos já morreram e avizinha-se uma crise de refugiados. O número de refugiados da Ucrânia chegou ao milhão desde o início da invasão russa, de acordo com o último balanço realizado pelo Alto Comissário para os Refugiados das Nações Unidas, Filippo Grandi.
In just seven days we have witnessed the exodus of one million refugees from Ukraine to neighbouring countries.
For many millions more, inside Ukraine, it’s time for guns to fall silent, so that life-saving humanitarian assistance can be provided.
— Filippo Grandi (@FilippoGrandi) March 2, 2022
O Ocidente continua sem querer interferir diretamente no conflito, não tendo planos para enviar tropas para o terreno. Por outro lado, as sanções chegam em peso, desde a Alemanha a concordar em fornecer armamento à Ucrânia até ao IKEA que decidiu interromper temporariamente todas as exportações e importações para dentro e fora da Rússia e da Bielorrússia.
Uma semana de guerra na Ucrânia: Kiev resiste, negociações de paz em impasse
Desde então, várias foram as imagens que chegaram até Portugal, algumas delas pela lente dos enviados especiais do Observador à Ucrânia, que captaram despedidas emocionantes e o caos na estação de comboios de Lviv até movimentos da resistência ucraniana.