Na Alemanha, em Fevereiro, foram comercializados 243.089 veículos novos (200.512 dos quais de passageiros), o que representa um incremento mínimo de 2,5% face ao mesmo período de 2021. Se considerarmos os dois primeiros meses do ano, então o número de veículos novos que mudaram de mão ascendeu a 459.437 unidades (384.624 ligeiros de passageiros), um aumento de 5% quando comparado com igual período do ano anterior. Aquém do esperado, sem dúvida por a falta de chips prejudicar mais do que a Covid-19.

De acordo com a KBA germânica, em Janeiro e Fevereiro de 2022, houve 36 marcas que venderam os seus modelos aos alemães, mas nem todas tiveram o mesmo tipo de desempenho. Três construtores cresceram bem acima dos 100% com muitos a crescer apenas marginalmente, enquanto outros caíram consideravelmente face a 2021. Entre os que lideraram as quebras, o destaque foi para a Land Rover, a cair 30,8%, seguida da Renault (-27,3%), Smart (-26%) e Nissan (-25,6%). Ford (-17,7%), BMW (-7,7%) e Volkswagen (-1,1%) também recuaram nas vendas, embora de forma menos violenta.

No maior mercado europeu para a venda de veículos nem tudo foi mau nos primeiros dois meses do ano. A Honda teve um desempenho brilhante, ao crescer 100,7%, bem acima da Porsche (19,2%), Audi (9,1%), Mercedes (7%) e Opel (0,9%). Mas quem verdadeiramente dominou em Janeiro e Fevereiro, ajudando o mercado a crescer em vez de estagnar, foram os três construtores que viram as vendas disparar acima dos 100%. Referimo-nos à Dacia, o fabricante de veículos acessíveis que está a encantar os europeus, o que inclui alemães e portugueses, com o fabricante romeno a ver as suas vendas crescerem 116,2%. As vendas da jovem Polestar aumentaram 124,2%, um desempenho notável, tendo o líder incontestado no crescimento sido a Tesla, que comercializou neste início do ano mais 168,4% de veículos.

Por tipo de veículo e de carroçaria, os SUV continuam a ser o formato mais popular, ao crescer 27,2%, enquanto os jipes 4×4 convencionais perderam 8,7% dos clientes. Curiosamente, no mesmo período, os pequenos furgões viram a procura aumentar 100,4%. Se analisarmos os veículos por dimensão, então os pequenos utilitários perderam 4%, ligeiramente menos do que os modelos compactos (-4,9%), enquanto a gama média assistiu a um incremento de 8,6%, e a gama média superior retraiu 20,2% face a 2021.

Por tipo de combustível, em Fevereiro, os alemães continuaram a preferir a gasolina, combustível que alimentou 69.195 dos veículos vendidos. Valor que, apesar de ter caído 5,7% face ao mês homólogo de 2021, continua a assegurar uma quota de 34,5%. O diesel conquistou o 2º lugar do ranking das vendas, mas com menos 15,9% do que no ano anterior, com o share a cair para apenas 20,7% – pouco para um combustível que já liderou o mercado. Os veículos eléctricos foram a 3ª solução mais popular, com 28.306 unidades vendidas. Foi o único “combustível” que cresceu e nada menos do que 54,9%, o que lhe garante já uma quota de mercado de 14,1%. Os híbridos plug-in, que num passado recente vendiam mais do que os eléctricos, começam a ficar para trás. Foram colocados no mercado 21.583 PHEV, menos 1,4% do que no ano anterior, com um share de 10,8%.

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