Éric Zemmour, candidato da extrema-direita francesa, conseguiu obter o apoio da sobrinha de Marine Le Pen. “Há um grande movimento nacional por detrás da sua candidatura”, justificou Marion Marechal Le Pen, num comício em Toulon, no sul do país.

À revista Valeurs Actuelles, Le Pen disse ainda partilhar a visão de Zemmour de que a França enfrenta uma “batalha de civilizações”. “Em relação ao termo ‘batalha de civilizações’, obviamente incluo questões sobre migrações, cultura e demografia”, explicou.

Marion já tinha dado a entender, há dias, que poderia mudar-se para o campo de Zemmour, levando a tia, na altura, a dizer que tal seria “um golpe brutal e violento”. Já Zemmour reagiu com alegria. “Marion Maréchal é uma velha amiga, uma mulher formidável”, afirmou, no estúdio da TV France 2, sublinhado que o apoio da jovem não deveria ser demonizado. “Não é traição, é política”, disse.

De acordo com a Reuters, Zemmour conseguiu conquistar vários militantes do partido de Le Pen, o Rassemblement National, ainda que esteja, ao mesmo tempo, a perder terreno nas sondagens. As divisões entre os partidos de extrema-direita franceses, juntamente com conflitos semelhantes na extrema-esquerda, são encaradas como benéficas para Emmanuel Macron, com as sondagens a colocarem o Presidente à frente na corrida.

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Uma sondagem divulgada este fim-de-semana pelo jornal Le Monde revela mesmo que esta vantagem sobre os outros candidatos se alargou depois de invasão russa da Ucrânia. A guerra já levou Marine Le Pen e Zemmour a virem justificar o apoio que deram, no passado, a Vladimir Putin.

Macron lançou oficialmente a sua campanha no início do mês, afirmando-se como o defensor dos valores da França que “a desordem mundial ameaça”.

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