Parece cada vez mais evidente que a opção de instalar a sua primeira fábrica europeia na Alemanha, que estrategicamente fazia sentido, pela dimensão do mercado e rede de fornecedores, descurou o efeito cartel dos germânicos a favor dos construtores da “casa”. Depois das complicações levantadas pelos ambientalistas durante e após a construção, eis que finalmente chegou a aprovação ambiental que impedia a fábrica, pronta desde o final de 2021, de começar a produzir. Mas a autorização é apenas condicional, uma vez que há mais 400 obrigações a cumprir.

Na passada sexta-feira, foi tornada pública a certificação ambiental que permite à Tesla começar a fabricar os Model Y e Model 3 em Berlim, de onde deverão sair 500.000 unidades por ano. Contudo, foi igualmente revelado um documento com 536 páginas que realça que o certificado é condicional, implicando o cumprimento de cerca de 400 condições adicionais, antes de os veículos começarem a sair da linha de montagem.

A Tesla respondeu às dúvidas levantadas, afirmando estar convencida que poderá “estar em condições de respeitar as 400 exigências no espaço de uma a duas semanas”, o que atiraria o arranque da Gigafactory Berlim lá para o final de Março. Mas, quando os entraves ao arranque da fábrica pareciam estar ultrapassados, eis que os alemães informaram que a nota de aprovação ambiental da fábrica terá de ser publicada nos locais oficiais do estado de Brandemburgo, onde estará disponível durante duas semanas.

A seguir, e há sempre um “a seguir”, é necessário esperar mais um mês. Nesse período, os grupos ambientais, lobistas e afins poderão voltar a levantar dúvidas e críticas. Se o fizerem de novo, talvez consigam manter a fábrica e os seus 3000 empregados parados.

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