A FIFA vai permitir que os jogadores estrangeiros que representam clubes russos possam suspender os respetivos contratos de forma imediata e assinar por outros emblemas fora das janelas de transferências — desde que regressem à Rússia depois do fim da temporada. A notícia foi avançada pelo The New York Times, que garante que o organismo que regula o futebol mundial vai tornar oficial a informação nas próximas horas.
De recordar que, há uma semana e dias depois do início da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, a UEFA e a FIFA afastaram as seleções e clubes russos de todas as competições de forma indefinida. A exceção que a FIFA vai agora abrir afeta cerca de 100 jogadores e surge na sequência de uma carta enviada pela FIFPro, a Federação Internacional de Associações de Jogadores de Futebol, e o World Leagues Forum, uma organização que abrange mais de 40 competições — ainda que, nesse documento, os dois organismos tenham pedido que os atletas estrangeiros pudessem rescindir e deixar os clubes russos de forma permanente.
“Estes jogadores estrangeiros podem considerar, com todo o direito, que já não estão disponíveis para representar uma equipa russa e devem ser autorizados a terminar os contratos de forma imediata, sem qualquer sanção dos organismos internacionais e com a possibilidade de serem inscritos num novo clube sem as restrições das janelas de transferências”, podia ler-se na carta enviada à FIFA, a que o The New York Times teve acesso. As três partes reuniram durante o fim de semana, em conversações que também incluíram representantes da UEFA, mas a FIFA acabou por considerar que poderia abrir-se um precedente se as rescisões pudessem ser definitivas, optando por tornar obrigatório o regresso a partir de 30 de junho, no fim da atual época desportiva.
As regulamentações russas indicam que cada clube só pode inscrever oito jogadores estrangeiros por temporada. O Zenit, o atual campeão nacional, conta com cinco brasileiros, um colombiano, um croata e um cazaque — sendo que, no primeiro grupo, está incluído o ex-Sporting Wendel. Na semana passada, o Krasnodar anunciou que iria permitir a suspensão dos contratos dos jogadores e treinadores estrangeiros: Daniel Farke, alemão que já passou pelo comando técnico do Norwich, rescindiu dois meses depois de assinar e sem orientar um único jogo, devido à pausa de inverno.
