Um dos maiores avanços na indústria automóvel, no que respeita à produção de veículos, vem de um dos construtores com menos experiência na matéria. Se no mercado abundam fabricantes com mais de 100 anos de experiência, a Tesla não ultrapassou ainda uma década. Isso não impediu a marca de Elon Musk de surpreender a indústria ao montar uma fábrica na Alemanha capaz de produzir um modelo com a complexidade de um Model 3 ou Model Y, ao ritmo de uma unidade em cada 45 segundos. Para o que muito contribui a estreia mundial das gigapress, umas gigantescas prensas para moldar alumínio fundido.

As gigapress em que a Tesla foi a primeira a acreditar e que encomendou aos italianos da IDRA, já estão a funcionar em Berlim, mas vão igualmente ser adaptadas às linhas que já existem no Texas, na Califórnia e na China. O objectivo desta solução técnica é, no caso da marca norte-americana, produzir toda a zona frontal e traseira do chassi com apenas duas peças, fabricadas cada uma com um só golpe das IDRA, de 104 toneladas, em vez de cada uma necessitar de ser formada por cerca de 70 pequenas peças, de aço ou alumínio, consoante o caso, soldadas entre si. A Tesla usa ainda as gigapress para criar um pack estrutural para as baterias, o que significa que todo o chassi dos Model 3 e Y é composto por somente três peças. E já prometeu que o próximo Model 2 terá o chassi produzido numa peça só, com uma gigapress ainda maior e mais potente.

A Volkswagen, que admitiu ser muito mais lenta a fabricar os seus veículos eléctricos com base na plataforma MEB – que dá origem aos VW ID, mas igualmente aos Audi, Cupra e Skoda – já afirmou que a sua próxima plataforma recorrerá a uma prensa gigantesca para moldar sob pressão alumínio fundido, reduzindo o número de peças do chassi. Agora vem a Volvo alinhar pelo mesmo diapasão, ao anunciar investimentos de 930 milhões de euros para modernizar a fábrica de Torslanda, de onde vão sair os próximos veículos eléctricos do fabricante sueco.

Face aos actuais XC40 e C40 eléctricos, os próximos Volvo a bateria vão trocar o aço pelo alumínio fundido, moldado por prensas que a marca apelida “mega casting”. Não se conhece ainda o número ou a dimensão das peças a produzir desta forma, tanto mais que o fabricante escandinavo admite que o recurso a esta tecnologia está dependente da devida autorização ambiental. De qualquer forma, no vídeo é visível toda a zona traseira do chassi produzida numa só peça, com a Volvo a ser o terceiro construtor que acredita que este tipo de prensas é a solução (do momento) para produzir veículos eléctricos mais depressa – e, logo, com menos custos –, garantindo ainda uma robustez superior.

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