A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou esta quinta-feira inaceitável o pedido do Novo Banco ao Fundo de Resolução de mais 209 milhões de euros, considerando que “travar esta injeção é possível e é imperativo”.

O Novo Banco vai pedir mais uma injeção de capital de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução bancário relativa a 2021, ano em que o banco lucrou 184,5 milhões de euros, divulgou a instituição bancária em comunicado na quarta-feira.

Novo Banco lucra 184,5 milhões em 2021 e pede 209,2 milhões ao Fundo de Resolução

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“Este pedido é inaceitável e demonstrativo tanto dos erros na venda do Novo Banco como da manipulação das contas pelo banco. Travar esta injeção é possível e é imperativo“, defendeu a líder bloquista, numa publicação na rede social Twitter.

Na quinta-feira, fonte oficial do Fundo de Resolução (FdR) adiantou à agência Lusa que mantém o entendimento de que não é devido qualquer pagamento ao Novo Banco.

“Apesar da insuficiência de capital apurada pelo Novo Banco, os dados disponíveis confirmam o entendimento do Fundo de Resolução de que, em cumprimento do Acordo de Capitalização Contingente, não é devido qualquer pagamento relativamente às contas do exercício de 2021″, disse fonte oficial do FdR à Lusa.

O FdR assinala que o Novo Banco divulgou esta quinta-feira um resultado positivo de 184,5 milhões de euros, “mas também a existência de uma insuficiência de capital de 209 milhões de euros face aos 12% de rácio CET 1 previstos no Acordo de Capitalização Contingente”.

Contudo, questionado pela Lusa sobre o anúncio oficial feito esta quinta-feira pelo Novo Banco de que vai pedir mais uma injeção de capital de 209 milhões de euros ao FdR relativa a 2021, o FdR considera que “não é devido qualquer pagamento relativamente às contas do exercício de 2021”.

Em fevereiro, o FdR bancário disse ter “a forte convicção” de que não seria preciso fazer novo pagamento ao Novo Banco, apesar de então só ter para análise as contas preliminares do banco de 2021.

Também no mês passado, numa declaração ao jornal ‘online’ Eco, o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, disse o mesmo: “Não vai ser necessário a injeção”.

“Partilhamos a perspetiva do Fundo de Resolução”, afirmou ainda João Leão.