O ciclone Gombe vai provocar na próxima noite vento muito forte, chuva torrencial e inundações na província nortenha de Nampula, a mais povoada de Moçambique, 1.300 quilómetros a norte da capital, Maputo.

O centro meteorológico francês da ilha de Reunião (que vigia a atividade ciclónica no sudoeste do oceano Índico) prevê esta quinta-feira “ventos muito violentos com rajadas que podem ultrapassar os 200 quilómetros por hora acompanhados de chuvas torrenciais e inundações costeiras”.

O centro do ciclone deverá chegar a terra durante a próxima noite entre as localidades de Nacala e Angoche, afetando entre outros locais a ilha de Moçambique.

O centro meteorológico francês prevê que a tempestade Gombe atinja Moçambique no estado de ciclone “extremamente perigoso”.

O sistema de baixas pressões atmosféricas tem estado a ganhar força com o calor da superfície do mar, à medida que se desloca para oeste, com o vento e a chuva a aumentarem de intensidade “à medida que se aproxima da costa”. “Representa uma ameaça muito séria para a área”, acrescenta.

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Na quarta-feira, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) também emitiu um alerta vermelho face à aproximação da tempestade, recomendando à população que tome medidas de prevenção.

O ciclone Gombe vai afetar o norte de Moçambique dois anos depois de os ciclones Idai e Kenneth terem fustigado, respetivamente, as regiões centro e norte do país naquela que foi uma das mais severas época ciclónicas de que há memória.

As intempéries de 2019 mataram 714 pessoas, incluindo 648 vítimas dos dois maiores ciclones de sempre a atingir o país.

De acordo com o mais recente balanço do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), já morreram 72 pessoas na atual época chuvosa e ciclónica, que decorre desde 1 de outubro até final de abril.

Ciclone mais severo da época previsto para sexta-feira em Moçambique

A maioria das mortes foram provocadas por desabamentos e inundações, outras por raios e incêndios.

Até final da época continuam a decorrer ações de sensibilização da população para que se afaste de zonas de cheias e para que bens alimentares e outros artigos essenciais sejam colocados em zonas seguras.