Uma capela da família Medici com obras de Michelangelo foi limpa com recurso a bactérias para remover as marcas de terra e sujidade do mármore.

Na capela, localizada na igreja de San Lorenzo, em Florença, encontra-se a “Nova Sacristia”, uma obra esculpida pelo artista em 1520. No túmulo, duas esculturas representam os duques da família Medici, Giuliano di Lorenzo e Lorenzo di Piero, além de quatro outras figuras que representam passagens do dia, e ainda o par composto pela “Madonna e o Menino“, conta o The Guardian.

A restauração da capela durou oito anos, e a equipa responsável usou um gel composto por bactérias na etapa final da limpeza para remover as marcas mais profundas do mármore.

Parte do túmulo estava, como explica o jornal britânico, em piores condições. Isto porque fluidos do corpo de Alessandro Medici, um governante de Florença assassinado, tinham manchado o trabalho de Michelangelo.  O seu corpo não tinha sido devidamente preparada na altura do funeral, resultando na fuga dos fluidos.

A restauração de um dos locais de arte mais simbólicos necessitou de conhecimento, experiência e ciência combinados com as qualidades da sensibilidade e da inteligência”, explicou Monica Bietti, historiadora de arte e antiga diretora do Museu das Capelas dos Medici, responsável pela restauração. “Por esta razão, o trabalho foi testado desde o início e depois sujeito a constantes inspeções óticas, metodológicas e científicas.”

Foram testados 11 tipos de bactérias em pedaços de mármore antes de se optar por usar três deles: Serratia ficaria SH7, Pseudomonas stutzeri CONC11 e Rhodococcus sp. ZONT. O primeiro tipo de bactéria, responsável por infeções no trato urinário, conseguiu, inclusive, remover as marcas em apenas dois dias.

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