Quase 30 organizações nacionais e internacionais estão registadas como observadoras das eleições presidenciais de 19 de março em Timor-Leste, com destaque para equipas da UE e da CPLP, bem como de várias embaixadas.

A lista final de observadores registados no Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) nota, por exemplo, que estarão envolvidos na operação da UE um total de 35 observadores de 17 países — dos quais 26 estão no terreno desde antes do início da campanha — apoiados por cerca de 50 funcionários locais.

A missão da UE é liderada pelo eurodeputado espanhol Domènec Ruiz Devesa, que chega a Timor-Leste esta semana.

Soma-se uma equipa de observadores 13 observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), liderada pelo embaixador angolano José Guerreiro Alves Primo, também esperado nos próximos dias.

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Entre as organizações internacionais, estarão ainda o Asian Network for Free Elections, o G7+, o International Republican Institute, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a australiana Search Foundation e equipas das embaixadas da Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Indonésia, Japão, Malásia e Brunei.

Elementos da embaixada portuguesa em Díli estarão integrados na missão da UE.

Entre si, as várias organizações registaram centenas de observadores que se vão espalhar pelo país para acompanhar, em particular, a votação e escrutínio.

No que toca a organizações nacionais, os números são ainda mais significativos, com 17 organizações registadas e um número significativo de observadores, em que se destaca, por exemplo, os 151 da RHTO, uma organização que representa portadores de deficiência no país.

Organizações não-governamentais envolvidas em vários setores, da justiça à educação e à ação e análise políticas, como a Fundasaun Mahein, a Inddica, a Oipas, a Fundasaun Patria, UNDIL, AEP, a Sazena, a Provedoria de Direitos Humanos e Justiça (PDHJ), a CDITL, a Renetil, a AF-JTL, a La’o Hamutuk, a JSMP e a Timor Aid integram ainda a vasta lista.

No que toca à imprensa, estão registados 248 jornalistas nacionais mais 12 internacionais, com 20 meios de comunicação timorenses (entre televisão, rádio, jornais e online) a que se somam as agências Lusa, a Aljazeera do Qatar, a japonesa Kyodo e a Reuters.

A quantidade de observadores é apenas um dos números que ilustram a maior eleição presidencial da história de Timor-Leste, com um número recorde de candidatos (16), de eleitores (859.613) e de estações de voto no país (1.500), a que se somam centros de votação em cinco países.

O processo vai mobilizar milhares de funcionários do Estado, entre equipas do STAE, da Comissão Nacional de Eleições, da Polícia Nacional de Timor-Leste e de autoridades centrais, regionais e locais.

Juntam-se ainda centenas de fiscais das 16 candidaturas que se vão espalhar pelos centros de votação do país, e cujo trabalho será mais significativo durante o processo de voto e posterior escrutínio de resultados.

Para a votação em si, haverá milhares de pessoas destacadas nos 1.200 centros de votação, que globalmente têm 1.500 estações de voto, um aumento de 25% face às eleições anteriores.

Além dos centros espalhados pelos 452 sucos (divisão administrativa), 65 postos administrativos e 13 municípios, mais a Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), haverá ainda locais de votação na Austrália (três), Coreia do Sul (um), Inglaterra (dois), Irlanda do Norte (um) e Portugal (dois).

Em termos nacionais, a capital Díli terá o maior número de estações de voto, um total de 237, ainda que Díli partilhe com Bobonaro o número máximo de centros de votação (130).

A RAEOA tem o menor número de centros de votação (60) e Manatuto o menor número de estações de voto (78).

Em estreia este ano estarão três centros paralelos de votação em Díli, para eleitores que, por motivos de trabalho ou doença, por exemplo, não se podem deslocar para os municípios onde estão já registados 4.030 eleitores, o maior número dos quais da RAEOA: 846 eleitores.

No que toca aos boletins de voto, no total foram impressos 20 mil livros de 50 folhas cada com quase 980 mil boletins de voto que começaram a ser distribuídos na sexta-feira e que, no caso da diáspora, partiram esta segunda-feira para os vários países.

Do kit de material fazem parte centenas de milhares de pregos — usados tradicionalmente para a votação — e 12.600 garrafas da tinta indelével roxa, símbolo e imagem tradicional das votações no país.

A campanha termina esta semana, com grandes comícios previstos para a cidade de Díli na terça e quarta-feira.

As urnas abrem no sábado às 07h00 e fecham às 15h00.