A invasão das tropas russas à Ucrânia levou a que quase três milhões de refugiados tenham abandonado o país. A maioria dos cidadãos que abandonam a Ucrânia tem procurado refúgio na Polónia. Outros atravessam, por exemplo, as fronteiras húngara ou moldava.

Nesta última nação, qual uma legião de anjos enviada por Patch Adams, um grupo especial de pessoas espera pelas crianças ucranianas para que sejam tratadas com o melhor remédio que uma criança pode receber: uma gargalhada.

Os médicos-palhaço que esperam na fronteira da Ucrânia com a Moldávia e que acompanham as pessoas que chegam a Chisinau neste momento traumático têm apenas uma missão: fazer com que as crianças esqueçam que tiveram de fugir de casa por causa de uma guerra.

Estes palhaços são israelitas e estão integrados no próprio exército de Israel enquanto militares. Médicos do riso, estas pessoas atuam, não com batas brancas, mas com um chapéu colorido e um nariz vermelho. As seringas e a gaze são trocadas por chupa-chupas e balões, um tratamento que se tem mostrado eficaz em levantar a autoestima dos jovens que vivenciam experiências traumáticas.

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Os palhaços pertencem ao Dream Doctors Project, uma organização fundada em 2002. Atualmente 100 profissionais trabalham em 34 hospitais de Israel, e ajudam, segundo o site da organização, 200 mil pessoas todos os anos. Nos hospitais, não são apenas as crianças aquelas que são ajudadas pelos médicos-palhaço, mas também vítimas de abuso sexual, veteranos de guerra e jovens em risco.

As áreas de intervenção são também diversas, e estes profissionais do humor são vitais, não apenas durante os períodos de descanso dos doentes, mas também para acalmar as crianças e aliviar a sua dor em situações de colheitas de sangue, introdução de sondas e análises, sem que seja necessário usar sedativos.

Especializados em intervenções durante tempos de crise, os médicos-palhaço da Dream Doctors pertencem aos quadros do exército israelita desde 2015, e são chamados a prestar auxílio em missões humanitárias em todo o mundo.

Agora a ajudar os refugiados da guerra na Ucrânia, já estiveram em locais como o Nepal, Haiti, Uganda, Etiópia e Chade. Em 2020, estes palhaços estiveram na linha da frente da Covid-19, a ajudar os pacientes internados com coronavírus e os familiares preocupados.

Para que uma pessoa se torne membro da Dream Doctors tem de ter algum tipo de formação na área das artes e tem de passar por um treino intensivo de cinco meses, que têm como objetivo adaptar estes palhaços para uma área terapêutica no contexto médico. Além disto, os médicos-palhaço aprendem algumas práticas da área da medicina e da enfermagem, e são ensinados a constituir de forma eficaz as equipas médicas nos diferentes contextos, hospitais ou ambientes de crise.