“Limitar a atividade a países democráticos não é um modelo de negócio viável para os fabricantes” automóveis, comentou o presidente da Volkswagen numa conferência de imprensa onde indicou que a empresa vai mover mais produção para os EUA e para a China, em detrimento da Europa.
Os comentários de Herbert Diess, presidente-executivo da Volkswagen, foram citados pela agência Bloomberg esta terça-feira. “Vamos transferir mais [produção] para a China devido à situação na Europa“, confirmou, citado por outra agência, a Reuters.
Porém, Diess não quis comentar sobre o risco de, um dia, a China fazer uma intervenção semelhante em Taiwan – pese embora as diferenças em relação à Rússia-Ucrânia. O responsável da Volkswagen afirmou, apenas, que não acredita que a China tome uma iniciativa desse género.
“A China tem um grande interesse em manter as fronteiras abertas“, argumentou. Do ponto de vista da Volkswagen, por outro lado, faz sentido apostar na China. “Acredito que é um ativo importante para nós, ter uma posição forte na China… a China é um esteio para nós”, afirmou o presidente da Volkswagen.
Herbert Diess vaticinou em entrevista recente ao Financial Times que a invasão da Rússia na Ucrânia iria trazer uma nova crise à indústria automóvel, que ainda não se refez dos impactos provocados pela pandemia. Também por isso, acrescentou, o responsável antecipou que se a guerra se prolongar isso “será muito pior para a economia dos países europeus do que foi a pandemia”, antevendo interrupções e falhas graves nas cadeias de distribuição, que “podem levar a enormes aumentos de preços”.