A iraniana-britânica Nazanin Zaghari-Ratcliffe, que está presa no Irão, recuperou o seu passaporte britânico, o que aumenta as esperanças de progresso nas negociações para a sua libertação, declarou esta terça-feira uma deputada do Reino Unido.
“Estou muito feliz por anunciar que Nazanin Zaghari-Ratcliffe recuperou o seu passaporte britânico“, escreveu Tulip Siddiq, parlamentar trabalhista do distrito eleitoral de Hampstead e Kilburn (norte de Londres), na rede social Twitter.
I am very pleased to say that Nazanin Zaghari-Ratcliffe has been given her British passport back.
She is still at her family home in Tehran. I also understand that there is a British negotiating team in Tehran right now.
I will keep posting updates as I get them.#FreeNazanin
— Tulip Siddiq (@TulipSiddiq) March 15, 2022
Nazanin Zaghari-Ratcliffe “ainda está em casa da sua família em Teerão”, segundo a deputada.
“Eu penso que há atualmente uma equipa de negociação britânica em Teerão”, acrescentou Tulip Siddiq.
“Espero que tenhamos boas notícias em breve”, disse o advogado da iraniana-britânica, Hojjat Kermani, citado pela Fundação Thomson Reuters, entidade para a qual trabalhava Nazanin Zaghari-Ratcliffe.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico não respondeu ao contacto realizado pela agência de notícias France-Presse (AFP) sobre este caso.
Gerente de projetos da Fundação Thomson Reuters, filial filantrópica da agência de notícias com o mesmo nome, Nazanin Zaghari-Ratcliffe foi presa em 2016 em Teerão, durante uma visita à sua família.
Foi acusada de conspirar para derrubar a República Islâmica, o que nega veementemente, e condenada a cinco anos de prisão.
Depois de cumprir a sua sentença, foi novamente condenada no final de abril a um ano de prisão por participar numa manifestação em frente da embaixada iraniana em Londres, em 2009.
Em outubro de 2021, Zaghari-Ratcliffe perdeu um recurso na justiça, o que levantou preocupações entre os seus familiares de um retorno iminente à prisão, de onde foi libertada com pulseira eletrónica – em regime de prisão domiciliária – em março de 2020, devido à pandemia de Covid-19.
Os seus apoiantes acreditam que foi feita refém devido a um conflito entre Londres e Teerão sobre uma antiga dívida de 400 milhões de libras (467 milhões de euros), que Londres se recusa a pagar desde a deposição do xá do Irão em 1979.