A Índia está a investigar o seu sistema de inspeção e manutenção de armamento, depois de um míssil ter sido ativado acidentalmente e de ter atingido o país vizinho, Paquistão.

O incidente ocorreu a 9 de março, mas apenas foi tornado público dois dias depois, tendo o governo indiano justificado o acidente com uma “falha técnica” durante uma operação de manutenção do armamento.

Índia disparou míssil contra o Paquistão, “acidentalmente”, e pede desculpa

Atribuímos a maior prioridade à segurança dos nossos sistemas de armamento. Se alguma falha for encontrada, será corrigida de imediato”, assegurou Rajnath Singh, o ministro da Defesa da Índia, ao parlamento, segundo o canal árabe Al Jazeera.

O exército paquistanês afirmou que o “objeto voador de alta velocidade” se tinha despenhado perto da cidade de Mian Channu, e que tinha colocado em risco os passageiros de vários voos comerciais tanto do Paquistão como da Índia.

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O exército criticou ainda, escreve a BBC, a “insensibilidade e inépcia da Índia num ambiente nuclear, exigindo uma investigação conjunta para apurar com clareza os factos envolventes no incidente”.

Queria informar esta casa que o governo encara este assunto com seriedade e já foi realizado um pedido para uma investigação de alta prioridade”, acrescentou no parlamento o ministro da Defesa indiano. “As causas exatas do incidente podem apenas ser conhecidas através de uma investigação”.

Esta segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão conversou com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, sobre o incidente, tendo expressado um apelo para que a comunidade internacional, incluindo o Conselho de Segurança, abordassem a situação.

No mesmo dia, a China abordou o incidente com os dois países do subcontinente indiano, e pediu à Índia e ao Paquistão para que fosse criado um mecanismo conjunto para analisar possíveis incidentes futuros semelhantes e lidar de forma bilateral com a informação, explicou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian.

“O Paquistão e a Índia são os ambos países importantes no sul da Ásia, e têm a responsabilidade de manter a segurança e estabilidade regional”, afirmou Zhao Lijian na segunda-feira.