O Chelsea ainda não sabe como é que vai deslocar-se até Middlesbrough, no próximo sábado, para disputar o jogo dos quartos de final da Taça de Inglaterra. O congelamento dos bens de Roman Abramovich por parte do governo britânico, assim como a consequente limitação dos gastos em deslocações aos 24 mil euros por jogo, deixou os blues sem possibilidades financeiras de fretar um avião.

De acordo com a imprensa inglesa, a única solução que o Chelsea tem nesta altura é percorrer de autocarro os cerca de 870 quilómetros entre o centro de treinos de Cobham e o Riverside Stadium, em Middlesbrough, numa viagem que ronda as 10 horas de duração. “Queremos encontrar soluções, queremos disputar tanto o jogo de sábado como o da Liga dos Campeões. A viagem de avião não é uma questão de luxo, somos uma equipa que joga a nível profissional. Vamos disputar os dois jogos com um intervalo de dois dias, com possibilidades de lesões. Por tudo isto, para nós é melhor viajar de avião do que de autocarro”, explicou Thomas Tuchel esta terça-feira, na antevisão da partida contra o Lille a contar para a segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.

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Os blues vão voar para a cidade francesa mas os preparativos da viagem já tinham sido preparados e orquestrados antes de as sanções a Roman Abramovich terem entrado em vigor — ou seja, a deslocação do próximo sábado até Middlesbrough será mesmo a primeira a ser limitada pela nova realidade do Chelsea. Kai Havertz, avançado alemão dos londrinos, disse na mesma conferência de imprensa que está disponível para assumir individualmente os custos da viagem. “Eu pago, não há problema. Ir aos jogos é o mais importante. Acho que estão a acontecer coisas mais graves no mundo, neste momento, do que nós termos de ir de autocarro ou avião para um jogo. Eu vou pagar, não há problema”, atirou.

No fim de semana, quando ainda não existiam certezas sobre a possibilidade de viajar até França para defrontar o Lille, Tuchel garantiu que o clube iria sempre encontrar alternativas. “A minha última informação é de que temos um avião para Lille, podemos ir de avião e voltar de avião. Se não for possível, vamos de comboio. Se não for possível, vamos de autocarro. Se nada disso for possível, vou eu a conduzir uma carrinha de sete lugares”, atirou o treinador alemão. Entretanto, o Chelsea viu recusado o pedido que tinha feito para ser autorizado a vender bilhetes para o jogo contra o Middlesbrough — algo que as sanções também não permitem fazer — e já solicitou ao adversário e à Federação que a partida seja disputada à porta fechada para respeitar a “integridade desportiva”.

“Apesar das conversações extensas com o Gabinete de Implementação de Sanções Financeiras, a data limite para comprar bilhetes de visitante passou sem que tivessem sido feitas as emendas apropriadas à licença especial que temos, o que permitiria aos adeptos do Chelsea assistir ao jogo (…) É importante para a competição que o jogo contra o Middlesbrough seja realizado. Contudo, é com extrema relutância que pedimos à direção da Federação que o jogo decorra à porta fechada para que a integridade desportiva seja preservada. O Chelsea reconhece que essa medida teria um impacto enorme no Middlesbrough e nos seus adeptos, assim como nos nossos adeptos que já tinham adquirido o número limitado de bilhetes que foram vendidos antes das sanções, mas acreditamos que esta é a forma mais justa de proceder nas circunstâncias atuais”, pode ler-se no comunicado do clube londrino.