O diretor-geral da easyJet Portugal, José Lopes, descartou hoje aumentos dos preços das viagens para fazer face à subida do preço do combustível para aviões, uma vez que, para já, não está a ter impacto na operação.

“Devido à nossa política de ‘hedging’ [estratégias de gestão do risco do combustível], não sentimos qualquer impacto nos nossos custos”, disse o responsável da companhia aérea, numa conferência de imprensa por ocasião do 10.º aniversário da base de Lisboa.

Estamos ainda numa fase de estímulo da procura e é importante continuarmos a fazer esse trabalho para que o início deste Verão exista este recomeço e a retoma da procura para que consigamos atingir níveis pré-pandémicos”, acrescentou o diretor-geral da companhia britânica.

O responsável anunciou mais uma aeronave baseada em Lisboa e quatro novas rotas para o verão de e para Portugal: Lisboa-Porto Santo, Porto-Praga, Faro-Londres (Southend) e Faro- Birmingham, que vão criar mais 33 postos de trabalho diretos na região do Algarve.

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O objetivo, realçou, é crescer 22% em capacidade no verão, comparativamente ao mesmo período de 2019, e 95% face ao que a easyJet voou no verão do ano passado.

TAP vai aumentar sobretaxa de combustível, devido ao aumento “brutal” do preço do petróleo

Relativamente ao interesse nos nove pares de ‘slots’ diários no aeroporto de Lisboa de que a TAP tem de abdicar, no âmbito do plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia (CE), José Lopes lembrou que as companhias aéreas têm até dia 24 de março para apresentar a sua declaração de interesse e que “a easyJet já disse claramente que quer continuar a crescer em Portugal”.

“Da nossa parte, esperamos ser a empresa escolhida, mas isso teremos de aguardar, isso já não estará na nossa mão“, disse o responsável.

O ministro adjunto, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, marcou presença na conferência, destacando o papel “indispensável” da easyJet na economia nacional.

Questionado pelos jornalistas sobre os apoios às empresas que se encontram em dificuldades devido à subida dos preços da energia, o governante reiterou que o setor do turismo foi o mais apoiado pelos contribuintes portugueses nos últimos dois anos da pandemia e que, atualmente, há outros setores “especialmente precisados de apoios”.

“Nesse sentido, uma das prioridades deve ser ajudar as empresas mais afetadas a atravessar este momento difícil. […] Isto não é desvalorizar o setor turístico, é apenas dizer que a nossa prioridade nesta altura parece-nos ser outra”, sublinhou o ministro.