Desde o início da temporada, o grande pecado apontado ao Sp. Braga de Carlos Carvalhal tem sido essencialmente um: a total ausência de consistência no que toca a resultados. E nenhuma semana era maior exemplo disso mesmo do que aquela que passou. Depois de derrotarem o Mónaco na Pedreira, alcançando uma vantagem valiosa nos oitavos de final da Liga Europa, os minhotos perderam em casa com o Gil Vicente para o Campeonato. Ou seja, era impossível saber que Sp. Braga iria entrar em campo esta quinta-feira no jogo decisivo contra os franceses.

Para Carvalhal, porém, a única opção era abordar a partida como se a primeira mão não tivesse acontecido. “O Mónaco é uma grande equipa, vamos abordar o jogo como se estivesse 0-0. Queremos marcar, já que o nosso grande objetivo é qualificar-nos. É uma incógnita o que o Mónaco vai fazer. Vamos ser uma equipa competitiva, coesa e muito virada para a baliza adversária. Sempre que tivermos a bola, temos de ter o objetivo de fazer golo e concretizar as jogadas, esse tem sido o ADN contra todas as equipas. Mas também temos de ser uma equipa equilibrada, o Mónaco tem muita qualidade individual. Por si só, é uma equipa de vocação ofensiva e temos de estar permanentemente equilibrados”, disse o treinador do Sp. Braga na antevisão.

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Assim, no Mónaco, os minhotos apresentavam-se com apenas duas alterações face ao onze que venceu na Pedreira na semana passada, com Paulo Oliveira e Castro a entrarem para os lugares de Yan Couto e Iuri Medeiros. Do outro lado, tal como já havia acontecido há uma semana, Gelson Martins era titular na equipa de Philippe Clement.

Numa primeira parte em que os franceses tiveram mais bola, até porque tinham também a responsabilidade de ir atrás do resultado e da eliminatória, o Sp. Braga soube sempre manter o jogo controlado e acabou por aumentar ainda mais a vantagem. Num lance de insistência minhota, Abel Ruiz atirou de muito longe e beneficiou de um desvio em Vanderson para enganar Nübel, abrindo o marcador e deixando a equipa de Carlos Carvalhal com pé e meio nos quartos de final (19′).

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Mónaco ficou muito perto de empatar logo nos instantes iniciais, com Matheus a defender um remate de Ben Yedder (50′). Entre muitas substituições a uma superioridade francesa no que toca à posse de bola que nunca teve grandes consequências práticas, o Sp. Braga controlou as ocorrências na segunda parte mas acabou por sofrer o empate já à beira dos descontos, por intermédio de Disasi (90′).

No fim, os minhotos empataram mas afastaram o Mónaco, ultrapassaram um clube francês pela primeira vez na própria história e qualificaram-se pela terceira vez para os quartos de final da Liga Europa.