A vencedora do concurso de beleza Miss Mundo foi a polaca Karolina Bielawska, coroada esta quarta-feira. A gala ficou marcada pela homenagem aos ucranianos, mas também por uma acusação de fraude e pela polémica devido à ausência de nomes conhecidos de latino-americanas no top 12 de finalistas.

Quando ouvi o meu nome fiquei surpreendida, ainda não consigo acreditar. Sinto-me honrada”, reagiu Bielawska em lágrimas, cita-a o El Mundo.

Bielawska, com 23 anos e estudante de mestrado em administração, conquistou o título em San Juan, a capital de Porto Rico, três meses após o concurso ser adiado devido a um surto de Covid-19 – 23 das 97 participantes testaram positivo na altura. Na 70.ª edição do concurso, em segundo e terceiro lugar, ficaram a norte-americana Shree Saini e Olivia Yacé, da Costa do Marfim, respetivamente.

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Em homenagem aos ucranianos, a jamaicana Toni-Ann Singh, vencedora da edição de 2019, cantou uma versão de “The Prayer”, de Celine Dion e Andrea Bocelli, enquanto a assistência erguia velas e as palavras “a prayer for peace” (“uma oração pela paz”, em português) apareciam no ecrã atrás das finalistas.

Tal como escreveu a organização no Twitter, era um esforço para apoiar o país invadido pela Rússia. De acordo com a CNN, havia sete mil velas na gala, que foi transmitida para mais de 100 países.

Todavia, já antes do concurso, a presidente da organização Miss Mundo, Julia Morley, sublinhou num comunicado: “Devemos fazer alguma coisa, mesmo que nunca pareça ser suficiente acender uma vela, se todos o fizermos juntos, podemos mudar o mundo“.

Numa outra manifestação de apoio à Ucrânia, a organização publicou um vídeo nas redes socais com Oleksandra Kucherenko, a Miss Ucrânia 2016. A contrastar com um fundo com a bandeira bicolor, a modelo apelou para “fechar o céu e salvar o mundo de uma catástrofe nuclear”. “A nossa paz é a tua paz”, afirmou ainda. A atual Miss Ucrânia, Oleksandra Yaremchuk, que não chegou à final, está atualmente em Kiev.

A gala foi realizada após a empresa Puerto Rico With a Purpose (PRwaP) processar por fraude a Miss Mundo 2016 e presidente da organização Reignite Puerto Rico, Stephanie Del Valle.

A PRwaP exigiu o pagamento de 1.225.000 dólares (aproximadamente 1.107.000 euros), valor de fundos públicos que a porto-riquenha supostamente não teria devolvido, contudo a mesma provou ter feito o pagamento. Já Del Valle quer uma quantia superior a 31 milhões de dólares (cerca de 28 milhões de euros) por danos morais. Na cerimónia, o público gritou a seu favor quando apareceu.

E com o anúncio das top 12 — mas, afinal, composto por 13 modelos por causa de um empate — veio também a polémica. Constam desse ranking as representantes do Vietname, México, Irlanda do Norte, Filipinas, Polónia, Somália, Estados Unidos, Colômbia, República Checa, França, Índia, Indonésia e Costa do Marfim.

O público ficou dececionado pela ausência de algumas das candidatas latino-americanas favoritas ao título: a venezuelana Alejandra Conde e a candidata anfitriã, a porto-riquenha Aryam Díaz. “Venezuela, terra de rainhas” e “Que vença uma latino-americana” foram algumas das frases que muitos entoaram na sala, descreveu o El Mundo.