O Senado argentino aprovou uma lei que autoriza o Governo a contrair uma nova dívida junto do Fundo Monetário Internacional (FMI), aliviando a situação financeira do país a curto prazo.

Depois de, na semana passada, a Câmara dos Deputados ter aprovado a iniciativa, a Câmara Alta deu, na quinta-feira, parecer favorável ao refinanciamento a 10 anos da dívida de quase 45 mil milhões de dólares (40,6 mil milhões de euros).

Numa sessão que durou mais do que o esperado, o Senado aprovou o projeto de lei que inclui o acordo entre o FMI e o governo do Presidente argentino, Alberto Fernández, com 56 votos a favor, 13 contra e três abstenções.

Parte dos deputados do partido no poder votaram contra a proposta, que prevê que a Argentina recomece a pagar a dívida entre 2026 e 2034.

“Voto contra o Fundo Monetário Internacional, que, mais uma vez, como desde 1956, reimpõe as condições para repetir os ciclos de endividamento, crise social, valorização financeira e fuga de capitais”, disse a senadora Nora Giménez.

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A Argentina não devia ter uma dívida tão grande, mas acho que nós, nesta ilustre instituição, temos que tomar uma decisão. Para atender à grande maioria dos argentinos, temos que chegar a um entendimento com o Fundo Monetário Internacional para não chegar a um default”, disse o senador da oposição Sergio Leavy.

Em 3 de março, o Governo argentino e o FMI chegaram a um acordo final, na sequência de longas negociações, para que a Argentina possa cumprir os pagamentos derivados de um empréstimo recorde, assinado em 2018, com o FMI durante o governo de Mauricio Macri.

A Argentina precisava que a aprovação acontecesse antes de 22 de março, quando vence uma parcela de 2,8 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros), montante que Buenos Aires não tinha capacidade para pagar.

Sem acesso ao mercado de capitais, a Argentina tem emitido dinheiro, acelerando a inflação. O acordo com o FMI prevê que a emissão passe a ser limitada. Sem dinheiro, o Governo tem apelado para um restrito controlo de câmbios, preços e movimentos de capitais.