De Madrid, bons ventos e bons casamentos. Numa jornada que será marcada pelo El Clássico no Santiago Bernabéu entre Real Madrid e Barcelona este domingo, o Atl. Madrid faria uma viagem bem mais curta aos arredores da capital para defrontar um Rayo Vallecano em queda acentuada numa série de oito encontros consecutivos sem vitórias na Liga (seis derrotas e dois empates) e sem os golos de Radamel Falcão, antigo avançado dos colchoneros que começou bem a época antes de se eclipsar a par da equipa. E se este era o pior momento do conjunto de Andoni Iraola, Diego Simeone vivia o polo oposto pelos campeões.

Pela primeira vez, o Atl. Madrid conseguira os tais bons ventos com quatro vitórias consecutivas, a última das quais em Old Trafford frente ao Manchester United que valeu a passagem aos quartos da Champions onde irá defrontar o Manchester City de Pep Guardiola e uma saída a correr do Teatro dos Sonhos para o seu balneário enquanto ia fugindo aos copos de cerveja que eram arremessados da bancada. E parte desses bons ventos surgiram também pelo bons casamentos que a equipa construiu nos derradeiros encontros, entre Oblak e a sua defesa e sobretudo entre João Félix e Antoine Griezmann no ataque.

Nenhum marcou em Old Trafford mas o golo de Renan Lodi surgiu em mais uma jogada com o português a desequilibrar a defesa contrária com um toque de calcanhar e o francês a assistir de primeira para o 1-0 que fez a diferença na eliminatória. No final, na zona de entrevistas rápidas, a cumplicidade em campo alargou-se a fora dele com Félix a andar com a camisola de Griezmann. “Cheguei ao balneário, andava com a minha, nem pediu nem nada… Desde que chegou que nos damos bem, dá-me muitos conselhos”, comentou aos meios do clube, quase que colocando uma pedra em cima da incompreensão e desconfiança com que viu o regresso do avançado francês ao clube havendo ainda Luis Suárez, Matheus Cunha e Correa.

Apesar de não ter marcado, o português participou no 1-0 depois da melhor série desde que chegou à Liga espanhola com cinco golos em cinco jogos. “Por vezes, somos muito impacientes mas tudo tem o seu tempo. João Félix chegou muito jovenzinho e precisou de um período de adaptação. Tens de adaptar-te a muitas coisas e circunstâncias. É uma das grandes figuras do futebol europeu, neste momento, e vai ser uma super figura do futebol mundial”, reforçou à Marca o líder do Atl. Madrid, Enrique Cerezo. Com o Rayo Vallecano, a dúvida prendia-se com a possibilidade de rodar a equipa por parte de Simeone, com a imprensa a admitir a possibilidade de Suárez e Correa saltarem para o onze, algo que não se confirmou.

O técnico argentino, que está no décimo ano no comando do Atl. Madrid, valorizou a importância do jogo e decidiu manter as mesmas opções que ganharam em Old Trafford, incluindo a linha de três com Reinildo, Giménez e Savic e a dupla João Félix-Griezmann na frente. E numa primeira parte com poucas chances de golo, foi o português que teve um dos avisos com mais perigo num cabeceamento que não levou a melhor direção (32′) antes de uma grande jogada individual travada já perto da área. No entanto, e logo no início do segundo tempo, o grande momento do número 7 voltou a ficar expresso com um passe para Koke rematar cruzado e fazer o 1-0 (49′). O Rayo ainda forçou, Oblak teve (mais) duas intervenções decisivas mas a vantagem mínima iria perdurar até ao final, que subiu à condição ao terceiro lugar apesar de ter jogado os últimos cinco minutos mais descontos com menos um por expulsão de Ángel Correa.

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