Já ganhou por muitos, já ganhou pela margem mínima com um golo no final, esta noite voltou a ganhar por 1-0 mas com um golo marcado ainda na primeira parte por Fábio Vieira. E o médio ofensivo acabou por ser uma das partes felizes entre tantas contrariedades que os dragões foram sofrendo, dos problemas no voo de regresso de Lyon ao teste PCR positivo que tirou Taremi do jogo quando se equipava, passando pela lesão de Pepê com apenas 25 minutos de jogo. No final, Sérgio Conceição ganhou pela quinta vez seguida no Bessa (nove no total dos dragões) e novamente sem sofrer golos, algo que acontece desde 2007.

Agora, a festa de Uribe é a dar o corpo às bolas (a crónica do Boavista-FC Porto)

Com isso, o FC Porto chega a sete jornadas do final do Campeonato com mais dez pontos do que tinha no período homólogo na última temporada, mantendo assim os seis pontos de avanço em relação ao Sporting e os 12 sobre o Benfica. E, em paralelo, Sérgio Conceição obteve um outro registo: igualou a maior série de jogos consecutivos sem perder no Campeonato (55, desde outubro de 2020) que vinha de André Villas-Boas e Vítor Pereira e está apenas a um encontro de igualar a maior sequência a nível nacional que está na posse do Benfica, fixada entre 1976 e 1978. No entanto, e mais uma vez, o significado é relativo.

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“Para já, não significa nada. Pode ter se em maio festejarmos o título, isso é o mais importante. Agora vamos ter uma paragem que é benéfica porque a equipa vem de um ciclo de jogos incrível, com uma densidade competitiva brutal e é importante dar algum descanso e preparar a equipa para o novo ciclo que aí vem, infelizmente um bocadinho mais leve porque saímos da Liga Europa mas temos ainda a Taça de Portugal para tentar conquistar. É verdade, estou contente com esses números, é um trabalho meu e da equipa técnica, de todo o grupo de trabalho mas sinceramente para mim só tem significado se no final do ano desportivo conseguirmos ganhar títulos”, comentou na flash interview da SportTV.

“Foi um jogo muito competente da nossa parte. Depois do jogo em Lyon passou-se um bocadinho de tudo com a nossa equipa, estarmos às 3h da manhã ainda no avião, os jogadores irem dormir às 5h da manhã, tivemos um dia praticamente com os jogadores parados no campo a preparar aquilo que era a estratégia para o jogo, sabíamos também das dificuldades que íamos ter num campo difícil, um dérbi da cidade do Porto muito aguerrido e com muita paixão mas entrámos com um espírito fantástico dentro da estratégia definida e de acordo com aquilo que foi mais um contratempo em cima do jogo, do Taremi não poder dar o seu contributo”, referiu sobre os problemas sofridos, entre elogios à equipa dos dragões.

“Fomos guerreiros, não permitimos que o Boavista chegasse à nossa área, criámos algumas situações e aproximações ao último terço onde devíamos ter definido de outra forma. Mesmo assim fizemos um golo, fomos em vantagem para o intervalo, entrámos com a mesma atitude para a segunda parte. Essa atitude competitiva esteve sempre presente, houve o penálti falhado, houve mais uma situação na área muito duvidosa em que o árbitro não achou e o VAR achou por bem não chamar o árbitro, a única vez que chamou era para mostrar a situação de Mbemba. Era escusado a partir dos 87′ ou 88′ haver aquela aproximação da nossa grande área, onde o Boavista sem nada a perder carregou mais na área, primeiras bolas e segundas bolas. Mas foi um jogo muito competente de um grupo fantástico que tenho à minha disposição, passámos por muito nestes três dias mas demos a volta a essas mesmas contrariedades”, destacou.

“Apesar de os jogadores todos saberem aquilo que queríamos para o jogo, obviamente que complica. Nós trabalhamos de uma forma em que um central sabe qual é o trabalho de um avançado, hoje entrámos de uma forma um bocadinho diferente, muitas vezes criando um losango no meio-campo para não dar referências ao adversário naquilo que era a pressão do Boavista no seu meio-campo. Conseguimos ocupar um espaço interessante com o Fábio Vieira como falso avançado, com o Evanilson e o Pepê a não darem referências aos centrais jogando entre central e lateral, conseguimos criar e condicionar a ação defensiva do Boavista mas foi pena não termos concretizado mais para ganharmos de forma tranquila”, concluiu.