A Scotland Yard estará a planear arquivar e encerrar o processo de investigação ao desaparecimento de Madeleine McCann — criança britânica que foi vista pela última vez em Portugal em 2007 — até ao final de este ano. A informação é avançada pelo jornal britânico The Sun, a quem uma fonte (não nomeada) indicou: “O fim para a Operação Grange está agora em vista. Prevê-se que o trabalho da equipa termine até ao outono. Não há neste momento planos para prosseguir a investigação”.

A “Operação Grange”, como ficou conhecida, começou em 2011, aproximadamente quatro anos depois do desaparecimento da criança britânica (então com três anos) na praia da Luz, no Algarve.

O encerramento da investigação dever-se-á à incapacidade das autoridades britânicas provarem que aquele que é para as autoridades alemãs o principal suspeito do caso, o pedófilo (também alemão) Christian Brueckner, é culpado. A defesa de Brueckner tem vindo a insistir que o seu cliente é inocente e que não esteve envolvido no desaparecimento de Maddie.

De acordo com o The Sun, o financiamento à investigação será interrompido, o que levará ao encerramento do processo. Ao todo, os custos com a investigação no Reino Unido — que tem financiamento garantido até setembro — vão superar os 15 milhões de euros (13 milhões de libras).

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Apesar dos planos de arquivar o caso, fonte da polícia britânica indicou ao The Sun que existe sempre a possibilidade do processo ser reaberto caso surjam novas informações que o justifiquem.

Os pais de Madeleine McCann, Gerry e Kate, já terão sido informados de que as autoridades britânicas planeiam encerrar a investigação, segundo o The Sun.

Há pouco mais de dois anos, as autoridades portuguesas, alemãs e britânicas anunciavam estar a investigar um novo suspeito: o alemão Christian Brueckner, que um ano antes, em 2019, tinha sido condenado a uma pena de sete anos por ter violado uma mulher idosa em Portugal e que já fora previamente condenado por crimes contra menores. Bruckener está atualmente preso na Alemanha.

O suspeito, que viveu no Algarve durante perto de uma década e que era descrito como “um predador sexual”, tornou-se desde 2020 o principal suspeito não apenas de rapto como do possível homicídio da criança britânica.

Em outubro do ano passado, o antigo coordenador da investigação da PJ ao desaparecimento de Maddie, Gonçalo Amaral, assumiu em declarações ao Correio da Manhã que a PJ errou quando não investigou melhor o suspeito alemão Christian Brueckner: “Assumo que há um erro. Há vários erros, mas esse é um erro”.

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