Três meses depois do golo frente ao Marítimo, Rafa voltou a marcar. Foi o primeiro remate certeiro desde que Nelson Veríssimo assumiu o comando da equipa, foi um momento que valeu ao avançado o registo da segunda época com mais golos marcados desde que chegou à Luz (12), apenas superada por 2018/19, ano do último título em que marcou 21. Com isso, o Benfica ganhou – algo que aconteceu em todos os 11 jogos em que o jogador marcou. No entanto, não foi um golo qualquer. E não teve uma reação qualquer.

Rafa, de qué planeta viniste? (a crónica do Benfica-Estoril)

Na sequência de um canto a favor do Estoril, Rafa agarrou na bola a mais de 70 metros da baliza, arrancou qual locomotiva com velocidades e direções diferentes mediante a aproximação dos adversários, conseguiu entrar na área sem que nenhum dos quatro adversários que andaram perto de si conseguissem fazer algo para evitar a marcha e rematou para marcar um golo como o que Poborsky fizera um dia na Luz.

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“O Rafa é aquilo. Num posicionamento mais baixo, tudo pode acontecer. A sensação que tínhamos era que tudo podia acontecer. É rápido, forte no 1×1. Felizmente para a nossa equipa, festejou”, comentou o técnico Nelson Veríssimo na zona de entrevistas rápidas da BTV. “É um golo à Rafa, que vai correr mundo. Interpretou muito bem o timing do passe. Sabíamos que uma das possibilidades do Estoril era o canto curto. Depois é o Rafa… Na cara do golo, teve uma frieza que não está ao alcance de qualquer um. Permitiu-nos estar em vantagem”, acrescentou mais tarde já na sala de conferências de imprensa da Luz.

E o jogador, o que achou? “Sobre o golo não tenho nada a dizer”, atirou de forma seca na BTV, depois de ter feito uma análise ao triunfo frente ao Estoril que teve mais um golo de Gonçalo Ramos e outro a fechar de André Franco aos 90+3′: “Foi um jogo não tão bem conseguido da nossa parte mas ganhámos. Nota-se que a equipa está cansada devido à sequência de jogos realizados mas conseguimos a vitória”.

Há nove jogos que o Benfica não perde, sendo que nos últimos cinco conseguiu quatro vitórias e somou agora mais duas seguidas que poderão subir a três na deslocação a Braga, algo que ainda não foi feito com Nelson Veríssimo no comando. Num pontos menos positivo, a equipa voltou a sofrer um golo, neste caso nos descontos, e leva 25 consentidos na Liga, naquele que é o pior registo desde 2010/11.

“Foi um jogo difícil contra uma boa equipa, que gosta de ter bola e pressionar desde a primeira fase de construção. O Estoril acabou por dividir a posse de bola connosco, toada essa que se manteve até ao intervalo. Na segunda parte tivemos mais domínio, o Estoril também teve algumas oportunidades e no fim tenho de dar os parabéns aos jogadores. Ganhámos o jogo com mérito depois de uma sequência de jogos, também frente ao Ajax, que criou fadiga aos nossos jogadores”, resumiu o técnico dos encarnados.