O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, defendeu, esta terça-feira, uma descida do IVA sobre produtos básicos e não apenas nos combustíveis, acentuando que esta é a forma mais rápida de ajudar os consumidores.

Estamos a bater-nos por um conjunto de medidas de caráter fiscal, seja em termos de IRS seja em termos de IVA, que é a maneira mais rápida de proteger os consumidores nomeadamente nos produtos básicos”, referiu João Vieira Lopes à margem da conferência anual da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC).

O presidente da CCP sublinhou que é por este motivo que esta confederação patronal “foi muito clara” ao dizer que, “independentemente do IVA dos combustíveis e da energia, deve baixar o IVA de um conjunto de bens alimentares essenciais”, medida que “de certeza beneficiará” as pessoas com mais dificuldades em termos de rendimentos.

Estas medidas deverão ser hoje reiteradas, por João Vieira Lopes, naquela que será a primeira reunião da comissão de acompanhamento para avaliar a evolução da situação de crise que resulta do conflito na Ucrânia.

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A criação desta comissão de acompanhamento — onde estão representados todos os parceiros sociais e o Governo — foi anunciada no final da reunião da Concertação Social realizada em 8 de março, estando previsto que sejam feiras reuniões semanais.

Aos jornalistas, no final da conferência da ASFAC, João Vieira Lopes afirmou que até agora o que o Governo tem feito é um “conjunto de medidas avulsas, mas insuficientes” pelo que, afirmou que a CCP tenciona falar nesta reunião da “necessidade clara para todos os setores da economia de um plano de recuperação um pouco nos moldes em que foi feito para a pandemia” ainda que “com características diferentes”.

Tal como já tinha referido durante a sua intervenção nesta conferência, o presidente da CCP apontou a situação de “tempestade perfeita” que se vive e o impacto que terá no poder de compra e na quebra da economia caso o conflito na Ucrânia se prolongue.

Referindo não acreditar que haja riscos de os agentes económicos utilizarem a atual conjuntura para aumentarem mais os preços de venda do que a situação exige. Vieira Lopes acentuou, por outro lado, que as empresas não terão capacidade para aumentarem os salários em linha com as pressões inflacionistas, defendendo, em alternativa, a adoção de um pacote de medidas nomeadamente de caráter fiscal.