Jogadores presos nos movimentos, inspiração nula em termos ofensivos, Leandro Paredes muitas vezes a disfarçar as transições que ninguém queria fazer, uma derrota quase natural. Depois da eliminação frente ao Real Madrid na Liga dos Campeões, e apesar da animosidade sentida no Parque dos Príncipes com variados jogadores, o triunfo por 3-0 com o Bordéus parecia ter estabilizado dentro do possível a equipa e o próprio balneário do PSG. Afinal, não. Longe disso. E o desaire por 3-0 no Mónaco foi mais uma gota naquilo que promete ser um angustiante final de época para um conjunto de Paris perto de ser campeão francês.

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“É inadmissível começar um jogo daquela maneira. Depois, foi uma vergonha desportiva. Agora é seguir em frente, superar a frustração da Liga dos Campeões e pensar em dar o nosso melhor e ter espírito coletivo. A primeira parte foi inaceitável. Não tivemos espírito de luta. A forma como jogámos não foi aceitável, não pode acontecer. Não podemos ter este tipo de atitude. É inaceitável começar daquela maneira. O respeito ao clube e aos nosso adeptos é fundamental. Não vou à procura de desculpas, importa é encontrar soluções. Os comportamentos precisam de ser mais coletivos e não foi isso que aconteceu. É preciso pensar coletivamente”, comentou no final do encontro no Principado o técnico do PSG, Mauricio Pocchetino, um dos nomes que sabe que tem os dias contados mas que não quer beliscar as hipóteses de rumar a Old Trafford.

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De acordo com os dados revelados esta terça-feira pelo L’Équipe, o PSG tem 14 jogadores nos que recebem mais na Ligue 1 com a curiosidade de não ser Lionel Messi mas sim Neymar a liderar essa lista: em termos de valores brutos mensais, Neymar aufere 4,083 milhões de euros contra “apenas” 3,375 milhões do argentino e 2,2 milhões de Kylian Mbappé, o terceiro neste ranking e que recusou uma proposta de renovação que podia colocá-lo no topo dos vencimentos. Marquinhos, Verrati, Hakimi, Keylo Navas, Ángel Di María, Wijnaldum e Donnarumma fecham o top 10. E se aqui estão todos juntos, no balneário a história é outra.

Segundo a RMC Sport, existe uma clivagem que se acentuou depois da eliminação na Liga dos Campeões entre o grupo de sul-americanos, liderado por Marquinhos e Neymar, e um outro grupo de jogadores que falam francês como Mbappé e Hakimi. E a falta de companheirismo, de acordo com a publicação, é visível até nos comportamentos em campo, comparando as verdadeiras cimeiras que se criam em torno no árbitro quando Neymar sofre uma entrada mais dura com a postura diferente quando é com outro jogador. “Quando um jogador como Neymar sofre falta, há automaticamente quatro ou cinco jogadores que rodeiam o árbitro e os rivais. Não são os mesmos que lá vão quando há uma falta sobre Hakimi, por exemplo”, argumenta.

Mas os problemas não se ficam por aí e o jornalista Daniel Riolo, da RMC Sport, adiantou mesmo no podcast After Foot que a relação de Neymar com os responsáveis do clube “está em rutura total”. “Quase já não treina, chega sempre num estado lamentável, no limite de estar bêbado. Está com um espírito de vingança contra o PSG, em rutura total com o clube e com o balneário. Os adeptos do PSG não estão minimamente preocupados com os assuntos do Neymar. Que se vá embora, está a arruinar o clube. Os adeptos não querem saber se ele não está bem, por causa do documentário da Netflix, e por tudo isso. É preciso assinar o cheque e deixá-lo ir. Está a fazer muitos danos dentro do clube”, referiu nesse espaço.

De acrescentar que Neymar está a viver de longe a sua pior temporada não só no PSG mas desde que chegou à Europa via Europa, tendo apenas 21 jogos, cinco golos e cinco assistências, bem abaixo dos 17 golos e oito assistências em 31 partidas da última época que já tinha sofrido uma descida de rendimento face aos outros dois anos. “O PSG já não é um clube, nada. O treinador não existe, o presidente não disse uma única palavra. Nem o Leonardo, nem o Nasser Al-Khelaïfi, nada”, rematou Riolo sobre a realidade institucional.